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Linkin Park mistura ambiente com fúria na abertura da turnê

Confira da revista Spin sobre o início da turnê americana:

Linkin Park mistura ambiente com fúria na abertura da turnê

O show de abertura da nova turnê do Linkin Park na quinta-feira à noite, em BankAtlantic Center perto de Fort Lauderdale, Florida, mostrou um grupo de músicos veteranos no meio de uma divisão. De um lado, Chester Bennington, Mike Shinoda e companhia claramente querendo explorar os sons novos, mais ambientes e eletrônicos do quarto álbum de estúdio da banda, “A Thousand Suns”. Do outro, os músicos já experientes em estrada claramente querem agradar seus fãs, a maioria dos quais se mantém com a banda desde o início de seus dias de nu-metal.

Então apesar de a MTV e a publicidade do rádio cercarem o lançamento do primeiro single incrivelmente inesperado do novo álbum, “The Catalyst”, a música, bizarramente, não foi tocada durante toda a noite. A única referência a ela veio em “The Requiem”, que tem algumas partes da letra em comum e foi tocada na entrada da banda.

Em vez disso, o Linkin Park começou intenso com hits pulsantes cheios de rap com o dinâmico Shinoda. Com um penteado mais comprido e brilhante e óculos escuros, ele parecia menos com um b-boy e mais com o Prince. Ainda assim, Shinoda comanda um ritmo cuja apresentação agressiva, mas controlada, pode acender um show tedioso. Sua estrela brilha ainda mais quando ele troca entre vocais, guitarra e sintetizadores, muitas vezes na mesma música.

Depois de quase um terço do show, porém, Shinoda saiu e muito dos holofotes quando a banda partiu para uma parte do material de “A Thousand Suns” e o vocalista Bennington controlou os procedimentos.

Nessa parte o set se voltou para um lado mais sombrio, começando com a atmosfera eletrônica de “Empty Spaces” e dramaticamente intensificada com a melancólica, meio galáctica com pedaços de trip-hop que é “Waiting for the End”. Até a mais antiga e frenética “Breaking the Habit” foi introduzida por um tipo de piano, apesar de Bennington tê-la encerrado com força cantando sozinho e lembrando a todos de seus dotes vocais.

Mais para o fim do show, entretanto, as coisas voltaram a ficar agitadas com uma sequência de sucessos – “Crawling” e “In the End” entre eles – e um encerramento com o hino explosivo de rap-rock “Bleed It Out”. Apesar de os fãs respeitosamente terem ouvido a cantado junto com as músicas mais sutis, foi durante essas mais raivosas que o humor se tornou elétrico.

Sempre que se cai na divisão novo x antigo Linkin Park, no entanto, não há como negar a generosidade da banda. Uma série de vídeos exibidos no telão antes do set mostrou o trabalho de caridade da banda com o Music for Relief: montes de dinheiro para o sudeste da Ásia depois do tsunami de 2005 e para o Haiti após o terremoto de 2010, e um milhão de árvores plantadas durante a turnê Thousand Suns, com a pretensão de reduzir a pegada de carbono. E para os fãs, havia um código especial para mandar via SMS e gerar um link único para baixar o áudio do show da noite.

O Linkin Park também foi criativo em selecionar as bandas de abertura (particularmente na turnê passada Projekt Revolution).  As bandas de quinta-feira confirmaram ainda mais o desejo da banda de fazer a ligação entre rock e eletrônico.

Leia-se, o quinteto inglês de dance-punk Does It Offend You, Yeah? chegou ao palco com um pouco de fanfarra e uma sequência de músicas modesta, mas ganhou o público no final de seu set curto graças à força de seus pesados ganchos electro.

Pulando seu material relativamente mais sutil, voltado para o vocal, em favor de batidas de furar os tímpanos e colocar para dançar, a banda mostrou que já cresceu além das pistas de dança e chegou às arenas. Até a antiga música de dança “We Are Rockstars” soou nova outra vez.

Enquanto isso Pendulum, originalmente de Perth, Austrália, fez uma das melhores misturas recentes de dance/rock , estilo The Prodigy. Como os ótimos ingleses, esse sexteto mistura batidas dance com atitudes e texturas rock (e o começo de “The Vulture” do Pendulum realmente parece dever algo a “Smack My BItch Up”).

A principal diferença, porém, é que mesmo que o Pendulum tenha publicamente rebaixado a conexão, a banda geralmente deixa de lado estilos house e batidas fortes em favor de um drum ‘n’ bass metálico. Como evidenciado pelo público cantando junto em músicas como “Witchcraft” e um cover incomum de “Master of Puppets” do Metallica, o grupo alcançou o que Roni Size e companhia nunca conseguiram. Criou músicas de um gênero que caberia perfeitamente na rádio comercial. Só precisaram remover todo o antigo drum ‘n’ bass caribenho e as inflexões de hip-hop, e então juntar o resto com uma base de rock ativo, para fazer dar certo.

Setlist:
“The Requiem”
“Wretches and Kings”
“Papercut”
“Given Up”
“New Divide”
“Faint”
“Empty Spaces”
“When They Come For Me”
“No More Sorrow”
“Jornada del Muerto”
“Waiting for the End”
“Wisdom Justice and Love”
“Iridescent”
“Numb”
“The Radiance”
“Breaking the Habit”
“Shadow of the Day”
“Crawling”
“One Step Closer”

“The Messenger”
“In the End”
“What I’ve Done”
“Bleed It Out”