Linkin Park leva ‘Sóis’ à Mohegan Sun

Ou talvez não. Antes do show em Uncasville ser cancelado, o Ctpost.com conversou com Mike e Chester pelo telefone, para falar sobre a turnê de A Thousand Suns, a direção que a banda tomou com o novo álbum, e também um pouco sobre o próximo trabalho da banda.

A banda Linkin Park pode não ter sido a primeira banda de metal a incorporar os sons de hip hop a suas músicas, mas com certeza é uma das mais sucedidas.

Desde seu primeiro álbum, Hybrid Theory (2000), e seus três sucessores, o sexteto da Califórnia já vendeu mais de 50 milhões de álbuns no mundo inteiro e ganhou 2 Grammy®.

Ao invés de meramente copiar o modelo bem sucedido de Hybrid Theory, Linkin Park tem expandido seu som continuamente, com mais estilos jogados à mistura, já diversa. Seu álbum mais recente, “A Thousand Suns” foi lançado em Setembro e vê a banda indo em outra direção.

“A diferença no som da banda de álbum para álbum é algo que nós começamos a fazer, no sentido em que queremos fazer algo que soa fresco e emocionante para nós”, disse o guitarrista-vocalista Mike Shinoda durante uma recente teleconferência. “No início de um álbum, nós praticamente temos uma noção de como vai soar. Só para lhe dar um exemplo, quando nós estávamos fazendo demos para ‘A Thousand Suns’, nós queríamos que soassem diferente e nós sabíamos que o som era um pouco mais base eletrônica e era mais solto e quase mais abstrato.

“Conforme os anos passam, nós aprendemos coisas novas. Nós estamos mudando, nós estamos ouvindo músicas diferentes, nós estamos tocando instrumentos diferentes, nós estamos interessados em falar sobre coisas diferentes. Todas essas coisas se misturam ao pote e, no final do dia, a música é construída parcialmente sobre todas essas coisas.”

O sucesso do Linkin Park significa que seus integrantes tiveram a liberdade de arriscar algo diferente no gênero da música que os movem, e eles não acham que tem que se preocupar com seus fãs seguindo a jornada.

“Eu realmente nunca pensei sobre o que as pessoas iriam pensar de uma música ou como elas iriam se sentir sobre essa nova direção,” o outro vocalista da banda, Chester Bennington, disse
após se juntar a teleconferência. “Eu sei que os fãs de Linkin Park mais obstinados realmente possuem uma mente aberta ao que fazemos. Algumas vezes leva um tempo para as pessoas digerirem a música nova, mas… Eu acho que as pessoas realmente vão apreciar o que nós fizemos aqui e ver da forma que nós desejamos que fosse.”

Após debater se produziriam o álbum ou não, por si mesmos, Linkin Park optou ter o produtor Rick Rubin para ‘A Thousand Suns’, a mesma tarefa que ele comprometeu-se a fazer no último
álbum da banda, ‘Minutes To Midnight’ (2007).

“A certa altura nós pensamos, ‘Talvez nós iremos sozinhos’, porque nós não queríamos que outra pessoa viesse e meio que estragasse a coisa que nós estávamos fazendo e gostando,” lembrou Shinoda. “No final do dia, nós decidimos que Rick Rubin era uma boa pedida, que quando ele veio ficou óbvio que ele havia amado o negócio que estávamos fazendo e ele não tinha intenções de mudar, ele pretendia nos ajudar a chegar lá da melhor maneira possível.

“Eu amo o que o Rick faz. Ele fez alguns dos álbuns mais importantes na minha vida — de Slayer, Run DMC até Johnny Cash. Ele faz diferentes tipos de música. Ele ama diferentes tipos de música e ele entende.”

“A Thousand Suns” foi outro hit comercial para Linkin Park, estreando em Nº1 na lista ‘Top 200 álbuns’ da revista Billboard e vendendo mais que 240.000 cópias na primeira semana. O truque agora, para a banda, é traduzir um álbum complexo ao palco do show para sua atual turnê, que faz uma parada na arena Mohegan Sun Arena, 11 de fevereiro, com shows de abertura de Pendulum e Does It Offend You, Yeah?

“Nós nos sentimos muito confiantes sobre como tudo ia se juntar, mas nós sabemos por experiência que realmente tudo tem que se juntar no palco,” disse Shinoda. “Você pode planjar desde o começo até o final no estúdio, mas há algo mais que acontece quando o negócio é pisar no palco com aquele set list. Então, esta é uma razão pela qual nós estamos procurando caminhos para melhorá-lo.

Mas no final do dia, as novas músicas e as músicas antigas, eu acho que elas funcionam bem juntas. O novo álbum definitivamente… traz uma narrativa ao show, que é realmente boa. Meio que junta partes diferentes do show e eu acho que algumas das músicas antigas passam a ter um novo significado quando elas são colocadas naquele contexto.”

Linkin Park — que também inclui baterista Rob Bourdon, guitarrista Brad Delson, baixista David Farell e DJ Joseph Hahn — viajarão na turnê até o final de Fevereiro antes de descansar por três meses. Durante a pausa, Shinoda disse que o grupo irá definir suas idéias no próximo projeto.

“Nós iremos escrever muito durante esse tempo tentando pegar uma vantagem no próximo álbum,” ele disse. “Nós estamos sempre escrevendo, então eu acho que nós nos beneficiamos com o fato que a gravação de música e tecnologia da escrita tornou-se tão compacta e tão fácil de se carregar por aí no laptop.

“Eu recebo e-mails dos caras na banda dizendo, ‘Hey, você quer se juntar e escrever alguma coisa?’… Definitivamente, é um tempo criativo para nós e, esperançosamente, isso significa que o próximo álbum está em progresso.”