Longevidade: Eles não a subestimam

Semana passada, o Skope publicou uma entrevista na qual a banda esbanja seu amor pelo trabalho e fala sobre desastres naturais e respectivas vítimas. Confira a tradução abaixo.

Parece que todo mundo, até mesmo sua mãe (literalmente, às vezes) deseja entrar para os negócios da música. Todos querem cantar, tocar algum instrumento, dançar e tudo mais que você puder imaginar. Seja por meio do ‘American Idol’, do ‘America’s Next Best Dance Crew’, reality show “isso”, reality show “aquilo”, não importa, pois há algo em comum que todos almejam: o estrelato.

No entanto, inúmeras vezes surgem aquelas “maravilhas de apenas uma música” que exibem os seus 15 minutos de fama para depois simplesmente desaparecerem das evidências. Quando você olha para os veteranos dos negócios, definitivamente consegue observar a questão de outra maneira e perceber algo que muitos estão perdendo: a longevidade.

O que podemos dizer ao Linkin Park, que depois de 15 anos continua fazendo sons tão distintos, é que eles não fazem parte desta lista. A banda de seis membros – Chester Bennington, Rob Bourdon, Brad Delson, David “Phoenix” Farrell, Joseph “Mr.” Hahn e Mike Shinoda – combinou diversos gêneros musicais de forma majestosa e conquistou seguidores por todo o mundo. Com uma mistura de rock alternativo e metal, hip-hop, e uma pitada de batidas eletrônicas, o Linkin Park continua agitando a galera por onde passa.

“Fazemos o que amamos” diz Bennington. “O que quero dizer é que eu sei que muitos de nós poderíamos estar tocando ou compondo como um hobby, de uma forma ou de outra, quer estivéssemos com um contrato assinado ou não.”

“Este não é como um emprego que você se candidata e com sorte consegue a vaga,” continua. “Nós temos uma vida agradável e isso é resultado da música que nós fizemos e isso é o que a maioria das pessoas luta para ter na vida: a oportunidade de fazer algo que elas gostem de fazer e obter uma boa vida por meio disso. Então, esta é uma coisa pela qual estamos muito agradecidos.

Os garotos definitivamente sabem dar valor as coisas. Em sua atual turnê Norte-Americana, cada 1 dólar dos ingressos vai diretamente para o ‘Music for Relief’, uma organização sem fins lucrativos criada em 2005 para “prestar auxílio para as vítimas de desastres naturais e ajudar a reduzir os efeitos das alterações climáticas”.

“Um dos motivos pelos quais o ‘Music for Relief’ começou foi porque estivemos em turnê na Ásia um pouco antes da chegada do tsunami”. Diz Shinoda. “Deve ser por isso, suponho eu, que quando eu vi as imagens do desastre e quando todos nós olhamos as notícias, ficamos chocados de uma forma que foi mais forte, era algo que normalmente não teria nos afetado tanto, mas estávamos vendo na notícia lugares que nós havíamos visitado, e naquele momento eles estavam destruídos! Então, aquilo nos atingiu pessoalmente e acredito que isso repercute ainda hoje em nós.”

Bennington disse que ele retornou à Tailândia, região sudeste da Asia, e visitou algumas das áreas que foram devastadas pelo tsunami. Bennington acrescentou que ele, Shinoda e inúmeros amigos ajudaram a construir uma casa, bem como a limpar uma escola e também no fornecimento de materiais escolares.

Até o momento, o Linkin Park conseguiu arrecadar mais de 3 milhões de dólares em doações auxiliando diversas partes do mundo, incluindo os E.U.A., Austrália, Zimbabwe, Paquistão, as ilhas do Pacífico e o Haiti.

 “Faz um ano do terremoto do Haiti e logo depois do ocorrido, as pessoas obviamente precisaram de ajuda”, argumenta Shinoda. “Nós demos início ao ‘Download to Donate’, que basicamente é um projeto onde você pode adquirir um álbum de graça e doar para a causa.”

Com o ‘Download to Donate’, a organização já juntou um montante de mais de 250 mil dólares e continua se empenhando com um novo álbum, para o qual eles estão coletando mais canções de vários artistas.

Bennington disse também que Farrell, baixista da banda, foi ao Haiti antes deles iniciarem a turnê Norte-Americana com muitos outros membros do ‘Music for Relief’ para conferir o progresso do local e o que mais eles poderiam fazer para ajudar. “Obviamente, cada um de nós faz um esforço, quando pode, para sair e ver pessoalmente como estão as coisas”.