Linkin Park: A evolução

O Sigmon San Diego publicou ontem uma entrevista com o Mike falando mais à fundo sobre o tão polêmico ‘A Thousand Suns’: o que há por trás de sua musicalidade e a evolução da banda desde o ‘Hybrid Theory’. Confira:

A fim de evitar a previsibilidade, a banda de rap-rock altamente sucedida de Los Angeles abandonou sua fórmula comprovada.

Adulterar uma formula “testada e comprovada” pode ser um suicídio comercial, especialmente no mercado de música pop, altamente competitivo. Porém, quando o Linkin Park gravou seu último álbum ‘A Thousand Suns’ (2010), os membros desta banda, que pertence ao topo do rap-rock em Los Angeles, fizeram muito mais que simplesmente se afastar do vitorioso método musical do passado, mas o abandonaram.

Não importa que o album de estréia deles ‘Hybrid Theory’ foi o mais vendido de 2001, quando atingiu 4,8 milhões de vendas nos E.U.A (e 3,8 milhões no exterior), superando com folga lançamentos de competidores como U2, Britney Spears, Garth Brooks e Alicia Keys. E também não importa que 10 anos depois o Linkin Park tenha vendido 50 milhões de álbums em todo o mundo, feito este que levou a revista Billboard a classificar o grupo como banda de rock alternativo da década que alcançou o nº. 1 de vendas.

Quando chegou o momento de fazer ‘A Thousand Suns’, os membros do Linkin Park sentiram não apenas que aquela mudança era algo a ser considerado, mas sim algo a ser seguido. E era para, no mínimo, ser assim, caso a banda estivesse tentando sair da rotina, independente de quão lucrativa essa rotina poderia ter sido.

Ou, como o vocalista Mike Shinoda declara em trechos com desafio e ironia em ‘When They Come for Me,” um som do novo álbum do grupo que foge do comum: Once you have the theory of how the thing works / Everybody wants the next thing to be just like the first. (Uma vez que você tenha uma teoria de como as coisas funcionam, todo mundo vai querer que a próxima coisa exatamente como a primeira).

“O legal da nossa banda é que todos estão abertos a mudanças e novas ideias, e ninguém se prende a uma ideia fixa sobre o que a banda deve ser,” diz Shinoda, que tocará segunda-feira com o Linkin Park no Viejas Arena, do San Diego State University. “Então, se nós decidirmos mudar completamente as direções da banda amanhã, contanto que todos estejam interessados nisso, assim faremos”.

‘A Thousand Suns’ apresenta inúmeras mudanças no álbum, que aborda de forma ambiciosa um tema que é, nada mais, nada menos que o fim da humanidade. Seu título foi inspirado por Julius Robert Oppenheimer, o famoso físico do Projeto Manhattan que ajudou a desenvolver a bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.

Consequentemente, o Linkin Park, antes explosivo, guiado por guitarras e grandes batidas foi substituído em ‘A Thousand Suns’ por teclados e percussões mais suaves. Unidas entre si do começo ao fim, as músicas tendem a se abster das batidas hard rock e dar prioridade à reflexão.

“Quando o album apareceu, nós soubemos que ele poderia ser um álbum polêmico,” observa Shinoda, de 34 anos, que estudou piano clássico quando criança, antes de se tornar um obcecado por hip-hop.

“Nós sabíamos quando começamos a trabalhar neste álbum o quão diferente ele era dos anteriores. Neste aspecto, ficamos tranquilos com a ideia de que algumas pessoas simplesmente iriam amá-lo e outras, odiá-lo. Porém, nós não lançaríamos um álbum a menos que estivéssemos seguros do que fizemos, e ‘A Thousand Suns’ não é uma exceção.”