Mike para a Big Issue

Mike Shinoda virou colunista da revista  britânica Big Issue, ele escreveu um artigo falando sobre energia elétrica para a edição atual, e para a próxima edição, ele irá escrever sobre as eleições nos Estados Unidos. Clique em MAIS, para ler o artigo.

Sem Poder: O efeito da interrupção na Índia no Linkin Park

Na minha banda, Linkin Park, ajudo nas letras, na produção, direção de arte e mídia social. São coisas que cresci fazendo. Desenho e faço música desde criaça. Meu pai trabalhava na área aeroespacial, e nos introduziu ao computador pessoal em 1984, pouco depois do famoso comercial “1984” da Apple estrear. Sempre fui fã de videogames – até comecei meu próprio clube com amigos da escola, focados em zerar todos os jogos da Nintendo que jogamos (o recorde era meu, terminando um jogo em uma hora e quinze minutos depois que o liguei pela primeira vez).

Estou sentado num quarto de hotel, escrevendo em meu computador. Meu telefone está perto de mim. Geralmente não fico sem meu telefone ou computador por mais que alguns minutos. Eu trabalho, ouço música, crio, socializo, e jogo neles. Eu acho que poderia sobreviver sem, mas não seria feliz.

Estou no Facebook(facebook.com/mikeshinoda) e Twitter(@mikeshinoda), porque gosto da interação com os fãs do Linkin Park que eles me proporcionam, mas também pela velocidade com que posso achar as últimas notícias. Das Olimpíadas ao robô Curiosity da NASA, minha comunidade do Twitter me deixa saber exatamente o que está acontecendo no mundo na hora que acontece.

No fim de julho, minha timeline do Twitter me chamou a atenção. Pessoas estavam falando sobre uma grande queda de energia na Índia. Mais de 600 milhões de pessoas ficaram sem energia por dois dias. Esse número é duas vezes maior do que a população dos EUA inteira, e doze vezes maior do que a da Inglaterra – todos sem energia.

Eu me imaginei acordando num lugar como esse: escuro. Além da perda do meu celular e computadores (que já foram terríveis), eu comecei a listar outras coisas básicas que poderia sentir falta. Sem cafeteira, sem televisão, sem micro-ondas, sem ar-condicionado. Ugh.

Conforme a lista cresce, as coisas ficam mais sérias. E se eu me machucasse uma noite e tivesse que ir ao hospital? Todas as máquinas e sistemas que monitoram, piscam e bipam e me mantem a salvo – as que permitem que os médicos vejam meu corpo e saibam o que fazer- seriam inúteis. Os refrigeradores que mantêm os remédios e vacinas que salvam vidas estariam desligados, e os remédios seriam inutilizados. E se eu tivesse de fazer uma cirurgia no escuro?

Parando para pensar, isso acontece todo dia. Mais de um bilhão de pessoas – um em cada cinco seres humanos do planeta – não tem acesso a energia sustentável. Estão trabalhando e estudando no escuro. Estão cozinhando e aquecendo seus lares usando querosene, respirando fumaçã tóxica que causa doenças pulmonares e e mata aproximadamente dois milhoes de pessoas todos os anos. A maioria deles são mulheres e crianças.

Em Uganda, onde o acesso à energia é limitado, médicos são forçados a fazer partos no escuro – alguns fazendo cesarianas a luz de velas.

Esses são motivos que fizeram eu e meus colegas de banda começarmos o Music For Relief. MFR foi fundado em 2005, para ajudar vítimas de desastres naturais e aliviar mudanças climáticas. A organização arrecadou mais de 5 milhões de dólares, plantou mais de 1 milhão de árvores, e providenciou ajuda aos sobreviventes do tsunami do oceano índico, furacão Katrina, terremoto de Wenchuan, na China, terremoto de 2010 do Haiti, e 0 terremoto e tsunami 2011 no Japão. Nos associamos a organizações como a Reverb para criaruma turnê verde, assegurando que existam normas rígidas para o uso de energia e emissão de carbono em cada turnê. No outono, iremos lançar um jogo de ação para o Facebook chamado RECHARGE que irá arrecadar dinheiro e atenção para a energia sustentável. E a iniciativa atual da MFR, “Power the World”, com o apoio das Nações Unidas, irá continuar ajudando a trazer energia sustentável para países como Haiti e Uganda.

A interrupção de energia na Índia salienta uma clara oportunidade para Índia e outros países que estão em desenvolvimento. Lá, vemos uma clara oportunidade de começar do zero, de construir desde o começo. A palavra de ordem é construir uma infraestrutura eficiente e sustentável. Isso melhoraria o setor de saúde ao mesmo tempo que daria às pessoas segurança trabalho, estudo e diversão noturnos.

Enquanto estou sentado no meu quarto de hotel, confortável e com ar-condicionado, digitando no meu laptop e checando mensagens, estou preparando para o primeiro show da turnê nos EUA. No local, reciclaremos o lixo. Nossa equipe está trabalhando com biodiesel para ônibus e caminhões e bebendo de  recipientes reutilizáveis ao invés de garrafas descartáveis. O Linkin Park está doando $1 por ingresso para o Power The World. E estamos procurando formas de fazer mais.

Minha esperança para as pessoas na Índia, Haiti, Uganda, e todos que tomam importantes decisões sobre energia é que achem um jeito de fazer sustentavelmente.

Enquanto isso, continuo pensando nas pessoas sem energia, e em maneiras de levá-la a elas.

Assine a petição que apóia energia limpa e acesso à energia em http://www.powertheworld.org/splash-video.html