A obra-prima

Os números impressionam: 25 milhões de cópias (ou mais) vendidas de 24 de outubro de 2000 para cá. Na era do CD pirata, um pouco antes da utilização de sites de compartilhamento de arquivos se tornar corriqueira, o Linkin Park apareceu ao mundo com sua obra-prima.

Por muito tempo, evitei chamar o Hybrid Theory dessa maneira, rotulá-lo como obra-prima. Se por um lado enaltece o álbum, por outro diminui o prestígio dos demais e praticamente impede que um futuro trabalho chegue ao mesmo patamar. Mas, agora – depois de um sucessor com incrível potencial radiofônico (Meteora), um álbum divisor de águas (Minutes to Midnight), um inesperado conceitual (A Thousand Suns) e uma feliz combinação do que há de melhor (Living Things) -, não há mais hesitação: o disco de estreia é a obra-prima.

Todos os anos, nessa mesma data – pelo menos desde que as redes sociais emplacaram -, nós, fãs do Linkin Park, celebramos o aniversário do Hybrid Theory. Este álbum está tatuado em nossos corpos, inserido em nossas almas, encabeça nossos setlists favoritos e segue influenciando nossas personalidades.

Não só os fãs, mas a própria banda, a seu modo, comemora o aniversário de seu álbum de estreia. Em 2010, por exemplo, no aniversário de dez anos, “A Place for My Head” foi incorporada ao setlist como forma de celebração da data. Ontem, Mike Shinoda tuitou que hoje seria o #HybridTheoryDay. Sem contar que, mesmo que o tempo passe, o Linkin Park vive se referindo ao álbum em entrevistas. E tudo isso porque Hybrid Theory se tornou uma espécie de obra de arte inalcançável. Irrepetível!

Hybrid Theory se tornou tão grande que, não à toa, mesmo músicas que não foram lançadas como single não precisam desse status para entrar nos setlists e ecoarem em estádios.

Ainda é época de “namoro” com o Living Things, que segue incansável no repeat. Porém, hoje, amanhã e depois, sempre haverá 37 minutos e 53 segundos para uma obra-prima. Hoje é dia de Hybrid Theory!