Review de 6 músicas do The Hunting Party

O site AltWire teve a oportunidade de ouvir 6 músicas do novo álbum do Linkin Park, The Hunting Party. Confira abaixo as impressões que eles tiveram.

O Linkin Park trilha o caminho do Bad Religion, Black Flag, Helmet, Refused e outras influentes bandas de rock em algumas de suas mais eletrizantes e agressivas canções lançadas até hoje. Veja por que esse álbum pode ser o “dedo do meio” do Linkin Park para o atual estado do rock alternativo em nosso preview abaixo.

Os frutos do trabalho do Linkin Park estão bem aparentes nas seis incríveis músicas que nós tivemos o privilégio de ouvir na última semana na Warner Bros. Exibindo um rejuvenescido e muito energético Linkin Park, talvez o que seja mais surpreendente disso é o quanto essas músicas são diferentes dos trabalhos anteriores da banda, embora ainda conseguindo acenar para as raízes da banda e seu passado. Não há dúvidas, essa é uma nova banda, sonoramente e musicalmente renascida depois de 15 anos na cena, com a missão e o plano de  trazer de volta o rock pesado às paradas musicais.

Ao contrário das especulações sobre este álbum, se as seis músicas que ouvimos forem de qualquer indicação… The Hunting Party não será um retorno às raízes new metal da banda, também não será o Hybrid Theory recauchutado para os tempos modernos. Em vez disso, o Linkin Park conseguiu criar algo muito diferente dos seus lançamentos anteriores, indo fundo na vasta lista de influências da banda, para pegar sugestões como Refused, Helmet, Bad Religion, Minor Threat e Black Flag, embora tenham criado um som que você teria dificuldade de ouvir numa rádio popular de rock ou em qualquer outro lugar agora. É o Linkin Park em seu estado mais confiante e mais assertivo, e os resultados são inegáveis. Esse é o som que o Linkin Park nasceu para fazer.

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Keys To The Kingdom

Confirmada como a música de abertura do The Hunting Party, essa música não perde tempo em apresentar a você o objetivo e a mensagem da banda com esse disco, dando um soco na cara enquanto Rob Bourdon flerta com o Black Flag para fazer algumas de suas batidas mais rápidas e ferozes em um álbum do Linkin Park até o momento. Parecendo uma prima punk-rock da música VICTIMIZED – do LIVING THINGS – Chester Bennington grita suas frustrações juntamente com os instrumentos pesados da música e diz ao ouvinte “I’m my own casualty/I’ve fucked up everything I say/fighting in futility” (eu sou minha própria vítima/eu estrago tudo o que digo/lutando por futilidade).

All For Nothing (com participação de Page Hamilton)

Um claro e intencional aceno ao Helmet em suas influências e estilo – tanto que o vocalista do Helmet, Page Hamilton, aparece na música – “All For Nothing” chega como um desafio aos críticos da banda, estendendo o dedo do meio para eles. Mike Shinoda contra-ataca aqueles que tentam controlá-lo, desafiadoramente dizendo “no I’m not your soldier/I ain’t taking any orders/I’m a five star general infantry controller…” (eu não sou seu soldado/eu não vou acatar nenhuma ordem/eu sou um general de infantaria). O vocalista convidado, Page Hamilton, chega para cantar o refrão da música ao estilo dos vocais em grupo do Sum-41 com Chester Bennington enquanto ele proclama “I’m gonna get what I deserve” (eu vou ter o que mereço).

Guilty All The Same (com participação de Rakim)

Do início ao fim, o single te acerta como um furacão e não cessa. “Guilty All The Same” não apresenta os elementos eletrônicos que são encontrados em alguns dos materiais mais recentes da banda, mas em vez disso oferece algo mais alto, mais cru e mais sórdido do que algo que o Linkin Park jamais fez. Também apresenta uma aparição surpresa da lenda do hip-hop, Rakim, marcando a primeira vez que um vocalista convidado aparece em um trabalho de estúdio da banda. É nova, é excitante, é desafiadora, e está inovando em um tempo que o rock indiscutivelmente perdeu um pouco de seu poder.

Wastelands

Fãs do projeto paralelo de Mike Shinoda, o Fort Minor, ficarão, sem dúvidas, encantados com as rimas requintadas que ele traz com a bateria corajosa e os riffs distorcidos de “Wastelands“, nos seus mais de 3 minutos de duração. Uma mostra confiante de suas habilidades no rap, Mike usa toda a sua capacidade dizendo “This is war with no weapons, marchin’ whit no steppin’, killin’ with no weapons, ill in every direction” (essa é uma guerra sem armas/marchando sem pisar/matança sem armas/doenças em todas as direções), informando outros MC’s para primeiro “do the math” (fazerem as contas) porque “no equal, a John with no Yoko, more Power, less people…” (não existe igual/John sem Yoko/mais poder, menos gente),  complementado por um refrão que mostra um cenário com tema de fim do mundo, essa música bate forte, e mostra para todo mundo que Mike Shinoda pode tirar o melhor deles.

Until It’s Gone

Começando com uma linha de teclado que faz lembrar de “Numb”, do Meteora, “Until It’s Gone” faz uma curva acentuada para um hino de rock gótico, provando ser uma das mais músicas atmosféricas e diferentes entre as 6 que ouvimos. Ela me pegou de surpresa na primeira audição, e na verdade já é uma das minhas músicas favoritas dos trabalhos recentes da banda. Com seu lindo coro como backing vocal e um intenso e orquestral plano de fundo, essa música fica com você e causa impacto até o fim. Atmosfericamente similar ao A Thousand Suns, Chester olha lamentavelmente com remorso para um relacionamento que não deu certo, cantando “I thought I kept you safe and sound, I thought I made you strong, but something made me realize, that I was wrong” (eu achei que tinha mantido você sã e salva/eu achei que tinha feito você ser forte/mas algo mefez perceber/que eu estava errado). Não seria estranho esperar que esse fosse o próximo single da banda, com suas memoráveis e poderosas melodias.

Rebellion (com participação de Daron Malakian)

Sonoramente lembrando uma música da era Toxicity do System Of A Down, a guitarra de Daron Malakian parece estar no auge enquanto ele faz um riff devastador por trás do vocal de Mike Shinoda, quabrado só momentaneamente pelo refrão, quando Chester pega o microfone para cantar “we are the fortunate ones, imitations of rebellion” (nós somos os surtudos, imitações de rebelião). Fazendo uma pintura da sociedade decaída, “Rebellion” chega com uma ponte super pesada de “Rebellion! Rebellion! One by one we fall apart!” (Rebelião! Rebelião! Um por um, nós caímos). Enquanto os fãs de System Of A Down esperam por um novo álbum que parece que nunca virá, eles talvez possam encontrar o que procuram nessa música ultra pesada que combina o estilo metal alternativo do System Of A Down com o punk do início dos anos 90, que influencia muitas das faixas do The Hunting Party. Garantida para ser uma das preferidas do público e for tocada ao vivo, essa canção com certeza aparecerá na lista de preferidas de muitos fãs de rock quando o álbum for lançado em junho.