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O que aconteceu quando o Linkin Park pediu ajuda para a Harvard com a Machine Shop

O site Harvard Business publicou um artigo sobre onde o Linkin Park deverá fazer seus investimentos futuros, já que a industria musical está se transformando pelos formatos digitais e por consequência a queda das vendas de mídias físicas. Você pode conferir o artigo abaixo:

Como os músicos ganham dinheiro hoje? A venda de álbuns está 11% mais baixa e somente os serviços de streaming aumentaram 28%. A tecnologia forçou os artistas do mundo da música a repensarem o modo como eles lidam com seus negócios.

Os artistas mais talentosos do novo cenário começaram a olhar para novos modelos de negócios e novas indústrias para fortalecer suas marcas. Eles estão estendendo suas marcas através de áreas como tecnologia, games, moda e conteúdos sobre o estilo de vida – tornando-se essencialmente plataformas de entretenimento. Aqui na Machine Shop, uma empresa de inovação do Linkin Park, nós percebemos alguns anos atrás a necessidade de pensar diferentemente.

A Machine Shop foi criada no quarto do baterista Rob Bourdon em 1999, quando a banda ainda estava enviando CDs para seus primeiros fãs, muito antes de qualquer música ter alcançado as rádios. A banda estava distribuindo seu primeiro álbum que eles mesmos haviam produzido, já que antes disso, eles haviam criado um “alarde” na internet sobre seu trabalho.

Jessica Sklar, que foi uma estagiária da banda e agora é chefe do Escritório de Estratégias da Machine Shop, transformou as discussões online em encontros (Meet Ups) e eventos com a banda durante os shows, desenvolvendo assim o que ficou conhecido como o Linkin Park Underground. Este fã-clube proporcionou a banda um conhecimento mais profundo sobre a importância do relacionamento direto com seu público. Atualmente, o Linkin Park é uma das maiores bandas no Facebook, com mais de 63 milhões de fãs ao redor do mundo, e é particularmente conhecida no Japão, Índia, Brasil, Alemanha e é claro nos Estados Unidos.

Por mais de uma década, o Linkin Park e a Machine Shop aproveitaram seu sucesso e continuaram sempre inovando. A banda lançou novos álbuns e começou a explorar áreas como os vídeo games, artes, conteúdos com vídeos, entre outras coisas. A Machine Shop começou a oferecer seus populares serviços de mídia para outras bandas, estúdios de filmes, canais de televisão e marcas. Mas em 2013, o Linkin Park e a Machine Shop tiveram que aceitar o fato de que a música digital (os downloads e os streamings) mudou a indústria radicalmente. Foi aí que eles começaram a se preparar para seu próximo desafio.

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Um novo modelo

Eu (Kiel Berry, Vice Presidente Executivo da Machine Shop) conheci a banda neste momento transitório. Em vez de uma mudança gradual, eles queriam uma verdadeira mudança na Machine Shop, então a banda me colocou como Vice Presidente Executivo. Eu já tinha experiência em marketing, negócios e finanças – tudo fora do cenário musical. Quando eu vi o alcance e as potenciais oportunidades de negócios do Linkin Park, eu pude ver um belo mar azul, cheio de ideias.

Foi então que nós reestruturamos a Machine Shop para focar nas inovações através das parceiras não tradicionais de negócios e no pensamento criativo de design. Durante um ano, nós construímos um forte estudo de caso no design de moda e tecnologia. Uma vez que este trabalho já estava feito, nós percebemos que o gerenciamento do tradicional modelo de música teria que envolver um apoio para essas novas atividades inovadoras. A maioria das empresas de gestão constitui-se de profissionais da indústria de música e departamentos digitais – mas o que nós estávamos tentando fazer simplesmente não existia naquele cenário.

Então nós dividimos nossa agência de gestão em 2014 e nós trouxemos todas as operações comerciais. Assim como ressalta o fundador e co-vocalista Mike Shinoda: “Nossa meta era construir um time interno com os mais diversos talentos para apoiar os negócios não tradicionais que a banda pretendia seguir nos próximos anos.”

A mudança permitiu nos aventurar livremente nos diversificados modelos de receita para complementar nossas vendas na música. Nossa empresa opera agora como uma startup de tecnologia, com menos hierarquia e muito mais agilidade.

Para nos ajudar a pensar através dessa reestruturação estratégica, nós entramos em contato com a maior especialista em estratégias de marketing para as empresas de mídia e entretenimento, a professora da Escola de Negócios da Harvard – Anita Elberse. Com a ajuda dela e de seus alunos, nós conduzimos um estudo independente nos negócios do Linkin Park.

Durante a primeira fase, nós pesquisamos outros modelos de negócios de outros artistas. Na segunda fase, reestruturamos a Machine Shop, movendo-a a partir de um modelo de agência da marca para um modelo de inovação multifacetada baseada em quatro setores: de conteúdo de vídeo, parcerias globais da marca, de mercadorias e de capital de risco.

Ao completar esses estudos, nós já começamos a utilizar a estratégia da Escola de Negócios da Harvard. No meio de Maio deste ano, nós lançamos a Machine Shop, nossa empresa de capital de risco, que focará em investimentos de empresas focadas no consumidor, que se alinham com o modo da banda de se conectar com as pessoas e inovarem através da tecnologia e design.

Para ser mais claro, nós ainda estamos no ramo musical, mas a criação e venda de música agora tem mais um papel de apoio em nossa empresa. Enquanto nos preparamos para uma turnê na China neste verão, também estamos planejando para nos reunir com empresas de tecnologia, marcas de consumo e empresas de capital de risco para discutir oportunidades de parceria. É claro que vamos continuar com os shows e nos encontrar com fãs, como sempre fizemos. Mas além de continuar a produzir ótimas músicas, o Linkin Park está agora melhor posicionado para operar no cenário cultural e também no cenário de negócios, que estão sempre em constante evolução.