Os muitos pseudônimos de Mike Shinoda

Quando os fãs disseram ao Mike “você está começando a desafiar Puff Duffy / Diddy / P Diddy no quesito mudança de nome por um artista”, ele respondeu “há muito caminho para percorrer antes de eu estourar o limite de mudança de nome. Eu acho que Wu Tang é o parâmetro.”

Então decidimos dar uma analisada em todos os projetos que Mike se envolveu. Apesar de nem todos serem nomes que Mike usou de verdade, são projetos que ele participou de um jeito ou de outro.

Todos conhecem a evolução Xero > Hybrid Theory > Linkin Park e os fãs conhecem o Fort Minor e o novo projeto Mike Shinoda, mas aqui temos alguns outros nomes de projetos nos quais ele trabalhou e/ou nomes que ele utilizou:

  • Kenji

Mike na verdade se chamou de Kenji por um breve período no meio dos anos 90. Os fãs conhecem esse nome, é claro, porque é o título de uma das melhores músicas do Fort Minor, lançada no álbum The Rising Tied. Kenji era o nome do avô de Mike, que morreu no verão de 2017, e também é o nome do meio de Mike.

Em algumas músicas do Xero “Closing” e “Drop”, Mike exibe os nomes Kenji e Artofficial (que é o Joe Hahn) como “representando o Xero”.

  • Akira

“High Voltage” do Hybrid Theory EP tem o nome “Akira”. Quando questionado quem era “Akira” nas letras, Mike disse “Akira é um nome que eu usava uma época. É de um filme, e é a versão comprida do nome do meio do meu irmão, Akio”.

  • White Pegacorn / Mark Wakefield

Mike costumava fazer piadinhas musicais com Mark Wakefield (Xero) nos finais da semana, quando estava no ensino médio e na faculdade, antes do Xero ser formado. Era um projeto só para se divertir, contendo paródias imitando Snoop Dogg e outros grandes músicos do hip hop da época. Em 2008, eles lançaram uma música juntos utilizando o nome de “White Pegacorn”.

A única música lançada se chamava “Barack Your World” e foi lançada em 4 de setembro de 2008, no YouTube. Os membros da banda foram listados como sendo Rick Pegacorn (vocal), Ripper (guitarra, vocal), Dante Danger (baixo) e Deathwish (bateria). Ken “Pooch” Van Druten, engenheiro de som do Linkin Park, postou o vídeo em seu blog com o seguinte texto: “esse vídeo foi feito pelo membro do LP Mike Shinoda e seu amigo Mark Wakefield. Eles faziam vídeos engraçados direto no ensino médio e decidiram escrever essa música recentemente. Aproveitem.”

  • Junkyard Scientific / Mike + Ryu

O nome Junkyard Scientific é mencionado nas músicas “Fuse” (da fita cassete de 4 faixas), “Closing” e “Fiends” (disponibilizada online em 2017), do Xero. O nome se refere a Mike fazendo rap com Ryu, ou com o Styles Of Beyond… do qual Ryu é membro. É um nome que um amigo de Ryu inventou (anterior ao S.O.B). O nome nunca virou um grupo de verdade, mas Ryu fez referências ocasionais a ele em músicas já que ele gostou do nome, e Mike o menciona em três faixas do Xero.

Ryu disse que conheceu Mike na metade dos anos 90, quando eles moravam próximos um do outro. Mike tinha um pequeno estúdio em seu quarto onde eles costumavam fazer demos e paródias. “A primeira coisa que eu ouvi Mike escrever foi… uma música chamada ‘Whatever The Fuck’. Nós só dissemos, ‘ok, nós vamos escrever a primeira coisa que vier em mente e vamos continuar trabalhando nisso.’ E na verdade, é uma música muito boa.”

Ryu mais tarde adicionou que, “eu acho que a primeira música que gravei com Mike foi uma chamada ‘Whatever The Fuck’. Nós a gravamos no quarto dele numa gravação com 4 faixas. Mike fez a batida, e o conceito era dizer basicamente a primeira coisa que viesse em mente quando a escrevemos. Nós fizemos isso em 1996, quando estávamos desenvolvendo nosso rap.”

Entretanto, essa não é a primeira colaboração entre os dois que não foi lançada. Em uma entrevista com HipHopDX, Ryu fala sobre como ele conheceu Mike e como eles faziam demos juntos:

“Meu amigo Chris 007, que acabou se tornando agente do Styles of Beyond, eu o conheci e ele era amigo do Shinoda. Eu não conhecia ninguém e ele me apresentou ao Shinoda, e Mike tinha todo o equipamento em seu quarto, então naturalmente começamos a fazer rap juntos porque na área em que eu morava não havia muitos rappers que sabiam o que diabos eles estavam fazendo, e já que eu era de um bairro onde você tinha que saber fazer rap dos bons, acho que as pessoas começaram a me rodear por causa disso. Então Mike tinha o equipamento em seu quarto e nós começamos a trabalhar, fazer demos e tal e aí acabamos virando amigos.”

  • Pooch Pound

Na Rolling Stone em 2013, Mike falou sobre seus primeiros passos em direção ao hip-hop quando ele tinha apenas 13 anos de idade.

Ele disse, “eu não sabia nada sobre rock old school ou blues, mas eu ouvia músicas do BB King e achava que era a melhor coisa do mundo. Eu sempre acabava pegando essas influências e fazendo batidas de hip hop com elas. Então coloquei meu piano com tom de blues e juntei com uma batida, e aí comecei a fazer rap em cima disso.”

E então ele descreveu o tipo de música que estava fazendo: “na maior parte, nós fazíamos várias músicas engraçadas. Rap gangster tinha acabado de estourar, e fazíamos várias piadas com músicas desse estilo. Elas todas falavam sobre fumar maconha e cafetões, e essas eram duas coisas as quais não tínhamos nenhuma familiaridade. Como várias crianças do subúrbio, havia um elemento de observação ali – eu nunca tinha ido a Long Beach, sabe?”

Em 2015, num Reddit AMA, Mike disse “uma vez eu fiz uma fita demo de músicas de rap gangster cômicas chamada ‘Pooch Pound’ que incluía uma música chamada ‘North Coast Killa’, onde nós executamos todos os nossos gângsteres rivais Canadenses.”

Outros + Colaborações

  • Relative Degree

Mike não estava nessa banda, mas ele (bem brevemente) trabalhou com o grupo entre 1995-1996.

Quando Rob Bourdon e Brad Delson estavam no ensino médio, eles começaram uma banda chamada Relative Degree com Mark Wakefield e o baixista de uma banda chamada Karma. Eles sonhavam em fazer um show no The Roxy Theatre, um clube bem popular de bandas emergentes, localizado no Sunset Boulevard, em West Hollywood, Califórnia, então eles definiram isso como um objetivo. O Relative Degree fez um show no The Roxy Theatre no dia 17 de maio de 1996, antes da banda acabar.

Na época, Mike, que era colega de classe de Brad e Rob, fazia batidas para MCs locais, mas também assistia aos ensaios dos amigos às vezes. Mike criou uma amizade forte com Brad, e apesar de nunca ter entrado para a banda, ele às vezes colocava seus samples nas músicas deles, que tinham um som parecido com o 311.

  • Mike e Joe Trapanese

Juntos, Mike e Joe Trapanese compuseram e refizeram a trilha sonora do filme de ação The Raid: Redemption, que fala sobre uma missão secreta envolvendo a extração de um senhor do crime de um apartamento acabado.

A Sony disse a Mike que eles amavam o Fort Minor e os remixes de Mike, então pediram a ele para fazer a trilha do filme. Mike disse, “eu fiquei me lembrando disso e de como eram coisas legais de se fazer. Eles estavam mesmo me pedindo para fazer coisas que faço naturalmente e que faço por diversão. Então me pareceu uma boa oportunidade de fazer aquilo e ter mais experiência em trilha sonora.”

Além disso, ele adicionou, “Joe Trapanese se destacou pra mim porque ele já tinha colaborado com o Daft Punk na trilha sonora de Tron: Legacy. Não é nada contra o filme, mas eu achei que a trilha sonora era bem melhor. Eu achei o trabalho de Joe excelente, realmente amei aquilo, então quando conversei com ele e nos demos bem, e concordamos em muita coisa, eu não precisei pensar duas vezes em me comprometer a trabalhar com ele, se ele estivesse ok com isso, e ele estava. Começamos imediatamente.”

  • Mike e Lil Jon… mais ou menos

Mike e Lil Jon escreveram e produziram a trilha sonora do MTV Video Music Awards de 2005. Foi lançado um EP em 31 de agosto de 2005, em apoio a cerimônia. A trilha sonora ficou disponível para download no website da MTV em 2005 e 2006, mas o álbum completo não estava disponível em parte alguma, então Mike o lançou separadamente no formato streaming no seu site oficial, em 1 de março de 2010.

Mike disse, “eu fiz uma pequena seleção de batidas para o show, e fiz a trilha com Lil Jon, que contribuiu com suas próprias músicas. Nós não fizemos nenhuma delas juntos, se você quer saber.”

  • The Mall (MS+CB+DF+JH+Alec Puro)

A maioria dos fãs do Linkin Park conhecem o filme The Mall, de Joe Hahn, que conta com a trilha sonora feita por Chester, Phoenix, Joe, Mike e Alec Puro. As músicas completas eram demos do Linkin Park e o resto da trilha foi escrita para o filme, com alguns pedaços de demos completas. Não tinha um “nome de banda” para essa galera já que era composta por mais da metade do Linkin Park, e os membros foram creditados individualmente.

Matéria original: LPLive
Tradução: Letícia Fontoura
Revisão: Wesley Carlos

Fotógrafo e Produtor de Vídeo