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Para Mike Shinoda, "Recriar o Linkin Park não seria algo fácil"

Na última segunda-feira, 25, Mike Shinoda participou do programa Radio 1' Rock Show com Daniel P Carter, da rádio BBC de Londres. Você pode ouvir o programa todo neste link e abaixo você confere um resumo traduzido dos principais pontos do bate-papo.

Daniel [o apresentador] começa dizendo que, em um primeiro momento, foi um pouco estranho assistir ao show de estreia [05/09] do Linkin Park, devido às mudanças, mas que, com o tempo, tudo começou a se encaixar e fazer sentido.

“Recriar o Linkin Park não seria algo fácil”

Mike comenta que, para ele, no início também foi um sentimento diferente: os encontros com Emily e Colin e o trabalho em conjunto. Não era como se “recriar” o Linkin Park fosse algo fácil. Eles testaram muitas coisas e conheceram várias pessoas. A princípio, ele e os outros [Brad, Joe, Phoenix] estavam apenas curtindo passar um tempo juntos, mas ao trazer novos elementos e uma nova configuração, eles ficaram muito empolgados com o que Emily e Colin acrescentaram à música. Ele entende que, para os fãs, isso não é simples, especialmente para os mais apegados aos integrantes originais. Pedir para que eles tentem compreender o que está acontecendo agora é um grande desafio. Além disso, impressionar esses fãs e reconectá-los com a banda também não é tarefa fácil.

Daniel menciona comentários de fãs que, às vezes, parecem achar que entendem mais sobre a banda do que os próprios integrantes. Mike responde que, não importa quanto tempo alguém tenha passado ouvindo, pesquisando ou se envolvendo com a banda, isso nunca será mais do que ele próprio. Nem um pouco. Não importa o quão fã você seja, isso não vai estar na sua página inicial da Wikipedia. Para ele, o risco sempre foi muito alto.

“Tentar trazer os fãs de volta não é algo simples”

Mike também fala sobre o enorme apoio que receberam de amigos, família e equipe durante esse retorno. Eles foram muito minuciosos em todo o processo, e por um bom motivo. Mesmo ensaiando exaustivamente, ainda podem ocorrer deslizes no palco – afinal, são humanos. Mas ele destaca o quanto está feliz com a química e a energia entre todos ali.

Ele elogia Emily, dizendo o quão incrível ela é e como sua paixão por cantar transparece no palco. Mike se orgulha muito dela e de Colin. Como os shows recentes do Linkin Park provavelmente foram os maiores da carreira de ambos, o desafio foi enorme – e eles superaram com excelência.

Daniel elogia a genialidade por trás de The Emptiness Machine, especialmente a introdução do novo vocal apenas no segundo verso. Mike conta que escreveu essa música antes mesmo de In My Head [do filme Pânico 6], e que ela sempre soou muito “Linkin Park” para ele. Ele acredita que, ao apresentar alguém novo, esse é o caminho certo: Mike – Emily – alternados – juntos. Uma interação genuína.

Sobre Casualty, Daniel menciona como ela lembra All For Nothing [do álbum The Hunting Party]. Mike revela que a ideia de deixá-la tão pesada foi de Brad, que queria ver até onde poderiam ir, já que não havia limites definidos para o peso do álbum. O refrão veio de Emily, e Joe sugeriu que Mike experimentasse algo diferente, fora do estilo habitual de rap.

Daniel comenta que o contraste em Overflow é uma de suas partes favoritas do álbum. Mike concorda e fala sobre a transição entre Casualty e Overflow. Ele destaca que organizar a tracklist e conectar as músicas é uma das partes mais emocionantes do processo criativo. No álbum, quase não há espaços vazios entre as faixas – elas fluem como se tropeçassem umas nas outras, exceto por Overflow no meio do disco e Good Things Go no final. Essa pausa faz sentido, já que a ideia era sair do agito de Casualty e pousar em algo mais suave com Overflow. Mike explica que no início do álbum queriam algo bem característico do Linkin Park, mas, no meio, trouxeram uma mudança dramática. Ele revela que suas músicas favoritas do álbum são Overflow e Casualty.

Daniel destaca a transição genial entre Overflow e Two Faced, que soa como se estivessem procurando algo em fitas cassete antigas até a encontrarem. Mike explica que a intenção era evocar a era pré-Linkin Park, quando a banda estava apenas começando, antes mesmo de Chester se juntar a eles.

Mike menciona uma pergunta feita na listening session do Spotify: se Good Things Go era sobre Chester. Ele responde que não, embora já tenha tentado incluir essa frase em músicas no passado por ser uma de suas favoritas. Ele menciona Jake Torrey, que ajudou a compor a faixa, e conta que o conheceu na mesma época em que conheceu Colin. Mike destaca como a voz de Emily no refrão é profundamente emotiva. A música não é sobre um evento específico, mas sobre momentos significativos para todos os envolvidos na composição. Ele a define como uma jornada.

Por fim, Mike reflete sobre como o encerramento de Good Things Go se conecta com o início do álbum – representando um ciclo, um círculo, o zero. O começo de um novo capítulo.

*Tradução: Letícia Fontoura