Linkin Park sem limites em “The Catalyst”

Quando você pensa que nada mais pode te surpreender, que conhece todas as facetas, que já sabe o que está por vir, surge algo que te faz repensar qual o limite da arte. Se anteriormente o Linkin Park já havia se arriscado, agora, com “The Catalyst”, ultrapassou todos os limites do bom senso. Ainda bem!

Sob o teclado sombrio, scratches de Joe Hahn cortam e armam o palco para vocais – cantados, vale ressaltar – de Mike Shinoda, que em seguida compartilha a melodia com Chester Bennington. Não, não é da mesma maneira que estávamos acostumados com o Linkin Park. Que essas duas vozes se completam, não é novidade. Mas, ao cantarem simultaneamente, nos é apresentado um timbre único, o qual o ouvinte até confunde qual das vozes se sobrepõe.

Por ser o primeiro single do disco, é de se esperar algo de fácil aceitação, para que possa alavancar as demais canções. Então, onde foi parar o paradigma verso-refrão-verso-refrão-ponte-refrão? Isso está descartado, assim como algum possível riff de guitarra. Por outro lado, a eletrônica, onipresente, conduz o baixo e dita o ritmo. Se Shinoda canta como nunca cantou antes, o que dizer de Bennington? Talvez seja melhor não dizer nada e apenas ouvi-lo.

E se a sonoridade do single assusta ao primeiro contato, com o ritmo dançante, versos repetitivos e instrumentos se sobrepondo, o melhor fica para o final. Os cantos reflexivos, essência do Linkin Park, transparecem e fazem de “The Catalyst” uma explosão de som. Como a banda uniu dois extremos nessa mesma canção? Provavelmente com o mesmo talento que a fez correlacionar gêneros diferentes no início da carreira.

“The Catalyst”, em suma, é diferente de tudo o que se ouviu e o que se pensava ouvir do Linkin Park. Mas é um começo arrebatador para mostrar que são os riscos que movem a vida, inclua-se aí a arte. Que Deus abençoe A Thousand Suns!