Q&A com Chester

No dia 28, Chester Bennington esteve no Absolute Radio, na Inglaterra e respondeu algumas perguntas feitas por fãs. O programa será transmitido em julho tanto pela rádio, quanto pelo site absoluteradio.co.uk.

O Q&A será transmitido no Absolute Radio no dia 1º de julho, às 10 da noite no horário local, com mais destaques no dia 1º de julho, às 11 da noite.

Clique em Mais para ler detalhes da entrevista.

A entrevista durou mais de uma hora e Chester falou sobre vários assuntos, incluindo o álbum LIVING THINGS, Rick Rubin, estar em turnê, design de palco e muito mais. Confira um pouco da entrevista abaixo:

  • As 8 primeiras músicas de LIVING THINGS são tipo “toma essa”, as quatro últimas são mais experimentais. BURN IT DOWN não representa como o álbum todo soa. LIES GREED MISERY tem grandes batidas, assim como outras músicas do álbum.
  • Quando o Linkin Park cria um novo álbum, eles dão notas as suas músicas como “A, B, C, D, e assim continuamente”, eles filtram as músicas até sobrar somente as com nota A ou B. Todas as outras, eles descartam.
  • Chester acha que Rick Rubin é demais. Rubin estava familiarizado com os outros trabalho deles, o Hybrid Theory e Meteora, e ele já trabalhou com mais artistas, de mais gêneros que o Linkin Park já misturou. Ele entende de rock, hip hop e o lado eletrônico.
  • Houve uma inspiração de folk neste álbum. Rubin não tem medo de nada e abraça tudo. Rubin os ajudou a se esforçarem a fazer músicas inspiradas no folk, como a CASTLE OF GLASS e ROADS UNTRAVELED soam frescas e não “fanhas” como algumas músicas folk, e a maioria das pessoas provavelmente não querem um álbum inteiro de músicas folk do Linkin Park.
  • Chester nunca se encontrou o Owen Pallett, porque na época, Pallet estava trabalhando no Canadá o tempo todo. Owen foi muito eficiente, trabalhou muito rápido, e adicionou uma incrível energia em I’LL BE GONE. I’LL BE GONE  levou um bom tempo para ser “resolvida”.  Eles usam o termo “resolver”, “decifrar o código” para algumas músicas, porque algumas são rápidas de serem “resolvidas” mas I’LL BE GONE deu trabalho. Era uma música maravilhosa mas eles continuavam a empacar quando chegavam no refrão e na energia da música. Owen ajudou a transformar uma música “bonita” em uma música “de rock realmente ótima com uma grande energia”.
  • Chester disse que agora eles estão trabalhando melhor o tempo entre turnês e a criação de novos álbuns, para que  o processo seja mais rápido. Não necessariamente ciclos de turnê mais curtos, mas uma melhor administração de tempo.
  • Ele brincou sobre sair em turnê por muito tempo, dizendo que no fim, ele acaba esquecendo seu endereço, telefone, esposa e filhos.
  • Eles aprenderam a ficarem felizes e relaxados na estrada e ainda ter tempo para suas vidas pessoais. Eles terminaram a turnê do A Thousand Suns em outubro de 2011, e logo foram para o estúdio, terminando as gravações em abril de 2012.
  • Sobre A Thousand Suns – Eles deixaram de lado as coisas que as pessoas estavam acostumadas. Deixaram de lado as guitarras pesadas e tentaram ser pesado, sem ser metal. Eles usaram coisas eletronicas para soar textual e atmosférico.
  • Chester ficou muito feliz com o ATS,  ele acha que foi o melhor álbum que podiam fazer na época. Eles mostraram toda sua capacidade.
  • Todos os álbuns são o melhor que deram de si na época em que o fizeram. Eles poderiam fazer o mesmo álbum sempre, se tornarem caricaturas de si mesmos e fracassarem. Chester disse “Quantas vezes você pode escrever ‘One Step Closer’  de novo, e de novo? Isso fica chato e as pessoas perdem o interesse. Mesmo se as canções ficarem melhores, as pessoas irão comparar com a última versão feita”.
  • Ele está feliz com as raízes no new metal, eles não ficaram desapontados por terem feito isso no passado, eles só não querem ficar acomodados e fazer sempre a mesma coisa. Eles correram vários riscos nos últimos álbuns e sabiam que poderiam potencialmente estragar e também irritar alguns fãs. Ele disse “Se você quer ouvir o HT, você pode ouvir. Você não precisa ouvir o Minutes To Midnight
  • Ele disse “Não queremos fazer álbuns seguros“, desafiar os fãs e a si mesmos é mais divertido.
  • Quando perguntaram sobre a mudança na indústria musical ele disse “Existe indústria musical?“. Eles tiveram sorte na época que começaram e não tiveram tanta sorte com outras coisas. Ele falou bastante sobre a indústria musical e as mudanças que estão acontecendo.
  • Design do Palco – Alguns membros da banda ajudam com o design. Ele gostaria que eles tivessem lasers! Eles tentam se certificar que há uma conexão entre o show ao vivo, arte do álbum, site, merchandise etc. Eles queriam se assegurar que as pessoas tivessem uma grande visão do show, mas Chester realmente não se importa de que forma é o palco, desde que tenha um palco. Ele falou sobre sempre se machucar nas turnês.
  • ATS – Álbum apocaliptico com foco em problemas sociais. O nome LIVING THINGS veio do foco nas pessoas e nas emoções.
  • Cover de Sabotage – Ele ficou realmente triste quando o MCA, dos Beastie Boys, faleceu. Beastie Boys teve um grande impacto em sua vida. A única vez que ele chorou quando um artista morreu, foi quando Kurt Cobain se suicidou. Tocar Sabotage foi uma maneira do LP agradecer ao MCA.

Perguntas dos fãs do LPU:

O que o Chester gosta mais, ouvir o produto final ou o processo de criação?

Ele prefere o processo de fazer um álbum. Ele se sente sortudo em estar em uma banda com caras talentosos. É engraçado ver e estar em volta de pessoas criativas. Ele brincou sobre Mike correr e criar sons malucos no estúdio. Ouvir um álbum pela primeira vez é realmente emocionante, ele gosta de abrir o produto final e ouvir. Ele brincou sobre cheirar o CD e esfregá-lo pelo corpo para tomar banho em sua pilha de CDs.

Chester não sabe o que Adele achou da versão do LP para Rolling in the Deep. Ele adoraria passar um tempo com ela, disse que ela é talentosa e parece ser legal.

Algum plano de trabalhar com outros artistas?

Não. A espontaneidade destas situações é que as fazem especiais. Ele falou com detalhes, sobre como o projeto de mash up com o Jay Z surgiu. Ele também falou sobre como ficou feliz em tocar com o Paul McCartney e como ele trabalhou com quase todos os seus heróis musicais incluindo Jane’s Addction e Alice in Chains.

Qual música do LIVING THINGS foi a mais dificil de ser composta?

I’LL BE GONE surgiu rapidamente, o verso, a melodia surgiram juntas, mas o refrão não saiu como eles queriam que fosse, eles gostam de grandes refrões, como se fossem uma grande recompensa. Nesta música, os versos soavam como uma maior “recompensa” do que o refrão. Ficou deste jeito por um bom tempo e não se alteraram até os arranjos de cordas do Owen Pallet serem trazidos e ajudado a dar vida para a música. Esta música levou todo o tempo do álbum para ser produzida junta.

VICTIMIZED é como um chute em sua cara por 2 minutos e um deboche do seu estilo. VICTIMIZED veio tão rápida que se escreveu sozinha, não foi difícil.

Tecnicamente todas as músicas passaram por fases estranhas. CASTLE OF GLASS começou como folk, mas eles acharam um jeito de deixá-la mais rock, interessante e não totalmente folk, foi difícil capturar a essência de uma música folk acustica e transformá-la em uma grande música energética do LP.

Ele falou sobre suas tatuagens e porque as mais antigas tem mensagens por trás delas. Ele falou sobre gostar da garota que fez sua primeira tatuagem. Sua tatuagem favorita é uma sob seu peito com as iniciais dos membros da sua família. Ele brincou sobre ter vários filhos e não ter espaço em seu peito.

Qual foi o objetivo de escrever o LIVING THINGS?

Chester disse que não haviam pré pensamentos do que deveriam fazer no álbum e como cada música deveria soar, eles fizeram as cegas. A única coisa que Chester e Mike discutiram antes de que qualquer música fosse descartada pro álbum, era que conteria apenas aquelas músicas que trariam, com toda certeza, uma boa energia durante um show ao vivo.

As músicas podem vir de qualquer lugar, ele poderia estar sonhando às 3 da manhã e acordar para poder escrevê-la. Eles não se sentam e pensam “essa é a direção que estamos indo” em qualquer álbum, ele apenas “nadam conforme a maré”.

Qual é a sua opinião sobre o rumo que tomaram em sua carreira?

Eu acho que realmente fizemos um ótimo trabalho.”