Blunt Magazine entrevista Chester Bennington

Chester concedeu uma entrevista à revista australiana Blunt Magazine, na qual fala sobre vários assuntos que vão das turnês do Linkin Park, até sua família. Clique em MAIS para ler a entrevista.

Você poderia ter sido perdoado por achar que o Linkin Park iria brilhar e desaparecer depois de seu grande sucesso de 2000 com seu álbum de estréia Hybrid Theory. No entanto, enquanto contemporâneos  como Papa Roach, Staind e Limp Bizkit lutaram para desenvolver seu som ou manter sua audiência, Linkin Park foi da força à força, chegando ao clímax no lançamento de seu álbum nuclear paranóico conceito A Thousand Suns em 2010.

O álbum gerou os hits “The Catalyst” e “Wating For The End” e provou que a banda era mais do que uma sintonia dos anos 90 tardia. Você poderia perdoá-los por escolher descansar em suas glórias e cuidadosamente planejar seu próximo passo.

Porém eles não o fizeram.

Dentro de semanas após terminar sua turnê a banda já estava no estúdio trabalhando em músicas para seu próximo ábum: um álbum de rock, sem grandes temas.

“Eu acho que para nós, com A Thousand Suns, nós sabíamos que fizemos algo ótimo então era tipo ‘vamos apenas manter as coisas rolando,’” explica o vocalista Chester Bennington. “Eu acho que foi definitivamente nosso melhor record até a data. A Thousand Suns foi uma grande representação de tudo que a banda poderia atingir musicalmente e artisticamente.”

Ele dá de ombros com a idéia de que havia alguma preocupação sobre acompanhar seus sucessos: afinal, eles já fizeram isso antes.

“Veja, nós tínhamos ambos o privilégio e o prejuízo de ter um primeiro álbum monstro. Hybrid Theory foi um sucesso tão grande que nada do que fizermos irá vender ou ser tão grande. Então dependendo da sua perspectiva é tipo, ‘Bom, foda-se; o que faremos agora?’ – ou é tipo, ‘Ótimo! Agora nós podemos simplesmente sair e nos divertir pelo resto de nossas carreiras!’” ele ri. “Contanto que façamos boa música, nós meio que temos isso fora do nosso caminho.”

E é esse o espírito que infecta Living Things, que começou no final da turnê de um ano do A Thousand Suns.

“Nós saímos da estrada direto para o estúdio e continuamos a fazer músicas que nós achamos que eram boas,” entusiasma Bennington. “E eu acho que fazendo isso nós continuamos esse caminho criativo que nós temos vindo pelos últimos quatro ou cinco anos, e eu acho que nós fizemos um ótimo álbum com muitas músicas enérgicas e há alguns momentos interessantes artisticamente.”

Não houve nenhuma tentação em fazer outra série de músicas narrativas interligadas?
“Não: para voltar e fazer outro álbum conceito teria sido um pouco tedioso, então nós simplesmente voltamos e fizemos o que fazemos melhor, e fazer músicas que sentimos que são boas e nos empurramos criativamente.”
Dado que A Thousand Suns foi um grupo específico de músicas, é tentador imaginar se as idéias iniciais para Living Things teriam sido material para encaixar no modelo do Suns.

“Não, nós só começamos a trabalhar com todas essas coisas chegando perto do final da nossa turnê mundial,” explica Bennington.
“Nós montamos nossos ciclos para turnê, para onde ir por cerca de três ou quatro semanas e então voltamos para casa por volta de um mês e então voltamos para fora. Durante esse tempo de inatividade nas últimas partes da turnê mundial é quando as coisas realmente começaram a engrenar, e nós carregamos essa energia criativa para este novo álbum.”
E essa foi a principal razão para a programação: a banda tinha encontrado o ciclo gravação-turnê-gravação significava que haviam longas e frustrantes pausas entre os álbuns.

Então desta vez nós tivemos mais tempo entre os lugares das turnês o que nos permitiu ser criativos e mais energéticos, então quando terminávamos nós tínhamos um monte de idéias frescas e não foram perdidas. E isso significava que simplesmente entrávamos no estúdio e começávamos a trabalhar. As coisas pegaram rapidamente então fomos capazes de fazer um álbum mais rápido, coisa que queríamos fazer por um bom tempo.”

Ele não está brincando: a grade extensiva de turnês da banda significava que havia, em média, três anos entre os lançamentos de cada um de seus 5 álbuns até a presente data (e quatro entre o Meteora e Minutes To Midnight).

Apesar de sua insistência para que as músicas ditassem o formato do álbum, Bennington admite que a turnê teve uma importante influência no novo álbum: cada música do Living Things deveria ter “…energia, mas quando eu digo que queríamos trazer aquela energia, isso não significa que nós só queríamos ligar nossos instrumentos e tocá-las ao vivo.”

Bom, a primeira metade do álbum é bem pesada nas guitarras – é tentador assumir que depois de meses em turnê, foi uma questão de querer manter uma certa simplicidade ao invés de trabalhar em cima de computadores e teclados…

“Hum, não,” ele ri. “Não há realmente muita premeditação em fazer um álbum. Nós não sentamos e fazemos, ‘OK, nós acabamos de fazer esses tipos de música, então vamos fazer algumas músicas desse tipo.’ É qualquer coisa que estamos inspirados a fazer.

Mas se você está tocando muito ao vivo, o simples fato de estar tocando dá um toque a mais nas músicas que você escreve?

“Não, sempre começa com a música, não o instrumento. Nós simplesmente nos inspiramos a trabalhar com a guitarra ou com um teclado. Algumas músicas nos fazem querer a guitarra e outras músicas nos faz ir e criar sons e quebrar coisas e fazer batidas entorpecentes. Depende do que estamos inspirados a fazer para aquela faixa. E aconteceu que neste álbum a maioria das músicas foram mais na direção da vibração da guitarra.”

Esquentando para o tema, ele continua. “Dito isso, eu acho que a única coisa que queríamos fazer com esse álbum era pegar a música que fosse e colocar no set ao vivo, e ela adicionaria energia e eu estou realmente orgulhoso deste álbum, eu sabia quando nós o terminamos e eu escutei na íntegra; as primeiras seis músicas são um soco de direita e um de esquerda na cara!”

Bem, ele tem um bom argumento.

“A segunda metade do álbum é mais artística e começa a trazer elementos de vibração eletrônica e mais coisas inesperadas que as pessoas estão mais acostumadas dos dois últimos álbums. Eu sinto que nós mergulhamos em todas as coisas que fazemos de melhor, e as colocamos juntas neste álbum.”

“Energia” e “vibração” foram claramente as palavras chave com Living Things, e Bennington não consegue parar de usá-las enquanto explica “nós realmente queríamos fazer um álbum onde tudo fosse realmente forte, quer fosse uma música como “Victimised”, que está na sua cara, vamos gritar e socar e chutar uns aos outros, ou uma música como “Burn It Down” ou “Castle Of Glass”. Essas músicas são todas muito diferentes uma das outras mas todas elas tem uma energia e vibração muito boa.

“E quando você terminar de ouvir, você vai querer ouvir novamente – e se nós colocarmos no set ao vivo, vai ser foda tocar. Era isso que queríamos atingir, e essa é a única coisa que nós premeditamos.”

Ele fica um pouco tímido quando perguntamos o porquê.

“Bem, porque… veja, é simplesmente…” ele suspira antes de admitir, “nos últimos dois álbuns, A Thousand Suns  e Minutes To Midnight, muitas das músicas que se tornaram singles eram essas baladas mid-tempo. Então nós tínhamos que incorporar muitas dessas músicas no nosso set.”

Ah. Isso seria um desafio para uma banda conhecida por seu rock.

“É, isso mesmo: e então de repente, de uma hora e meia de música há tipo, 40 minutos de mid-tempo,” ele diz. “E, as músicas são lindas, mas vamos se realistas: nós estamos em um show do Linkin Park, não na porra de um show da Sheryl Crow. Nós queremos trazer a porra da energia! Então Mike [Shinoda, co-vocalista] e eu tivemos uma discussão que não importa qual vibração a música tenha, tem que ter uma energia e entusiasmo adicionada a ela.”

Por isso mais guitarras?

“Não, não é tão simples assim: não importa se é uma música eletrônica ou talvez uma música mais pesada, tipo “Castle Of Glass” ou “Skin To Bone”, essas músicas não são músicas guiadas por guitarras pesadas, mas elas tem uma puta vibração e seriam divertidas de se colocar no set. Elas não trarão uma calmaria ao show. É isso que quis dizer.”

Ele também está ciente que muito do último álbum não servia para ser encaixado no meio de um set, embora ele adoraria a chance de apresentá-lo como uma peça. “Eu adoraria tocá-lo de uma forma que apresenta-se como um show.”

O que, como uma performance completa? 

“É, a noite toda: ‘Linkin Park apresenta A Thousand Suns.’ Se você vai tocar a maioria das músicas daquele álbum, deveria ser toda aquela vibração no palco esteticamente, artisticamente, onde nós tocaríamos este álbum do começo ao final como está no álbum, isso seria incrível.”

Seria um desafio, na verdade?

“Bem, sim. Há algumas músicas que nós precisamos de pessoas extras para conseguir tocar. Por exemplo, a realidade é que “Robot Boy” nunca foi destinado a ser tocado ao vivo. Há muito acontecendo,” ele ri. “Nós não temos seis pessoas que podem cantar essa música ao mesmo tempo.”

A banda está na estrada pelo hemisfério norte na maior parte de 2012, mas eles estão indo ao nosso encontro?

“Eu não sei muito bem o cronograma. Eu aprendi durante os últimos 10 anos que quando eu começo a prestar atenção para onde vou antecipadamente, meio que me deixa aborrecido.”

Anime-se, Bennington. Muito obrigado.btdatd-cd

“Não, não desse jeito! Só porque eu fico, ‘Dane-se cara, eu vou ficar longe de casa por todo esse tempo.’ Tipo, ‘Oh, meu filho acabou de começar na escola e na próxima vez que eu estiver em casa em qualquer período deste ano será depois dele ter terminado o ano escolar,” ele diz isso com um suspiro.

“Isso me aborrece, então eu aprendi a aproveitar a turnê mais quando eu não presto atenção ao que fazemos. Eu geralmente nem sei para onde vamos até chegarmos lá: ‘Onde estamos hoje? Estamos em Stuttgart? É isso aí!’” ele ri. “Mas eu imagino que o começo do ano que vem será um período bom para ir para Austrália e Ásia. Na minha cabeça, eu estou prevendo o certo, que seria o tempo para nós estarmos lá fora.”

Living Things
disponível na Warner.