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[Entrevista com Chester e Rob]

Recentemente o jornal australiano Heraldsun fez uma entrevista com Chester Bennington e Rob Bourdon, que falaram sobre vários temas, inclusive sobre os recordes de vendas do Linkin Park e até sobre o próximo álbum da banda. Confira a entrevista na íntegra:

Antes do lançamento do Minutes To Midnight vocês disseram que não tinham certeza se as crianças de 15 anos na época do lançamento do Hybrid Theory ainda seriam fãs do Linkin Park. Eles ainda são fãs?
Chester: Sim, e agora eles estão trazendo seus filhos. Isso é legal.
Rob: Nossos fãs que amavam a banda desde o início continuam conosco. Isso é muito bom se de ver. Isso às vezes faz nós nos sentirmos velhos, quando eles vão ao Meet & Greet e têm filhos.
Chester: Há uma menina em particular que nos chamou atenção. Rob se virou para mim e disse “Ela não era uma criança do fã-clube original?”. E eu disse “Sim, ela estava no ensino médio, ela era uma garotinha quando a conhecemos”.
Ela provavelmente foi à uns 30 Meet & Greets. Ela veio com seu namorado e sua filha, e ela cresceu, é uma mulher agora. Isso é como, você se identificar com eles mas não o seu gosto – eles não são mais crianças. Isso me faz pensar “Sim, eu tenho alguns cabelos cinzas e agora tenho que cortar os pêlos do meu nariz”. Estamos envelhecendo. Eu tenho uma ninhada de filhos. É divertido ver acontecer.

Antes do Minutes To Midnight vocês não faziam um turnê inteira por alguns anos. Vocês acham que podem não se igualar à como eram antes?
Chester: Atualmente eu estou na melhor forma da minha vida. Hoje eu gostaria de chutar o que havia de ruim em mim cinco anos atrás (risos). E eu também acho que minha voz está melhor.

Você está mais sábio do que há cinco anos atrás também?
Chester: Nós todos estamos mais sábios e calmos.

“Calmos” significa “parados”?
Ambos: Não.
Rob: Isso significa apenas que nos cansamos um pouco mais cedo. Nós não ficamos muito depois do show, nós voltamos para o hotel um pouco mais cedo e assistimos TV.
Chester: Nós não nos preocupamos mais com a mesmas coisas – isso foi o que eu quis dizer com “calmos”. Nós todos estamos mais maduros. Mas eu estou mais divertido agora do que costumava ser.

Chester tem um grito de 18 segundos em “Given Up” – ele está conseguindo fazer isso no palco toda noite?
Rob: Sim. As primeiras vezes que vi ele fazer isso foi nos treinamentos para a tour. E eu ria porque não conseguia acreditar.
Chester: Quando estávamos ensaiando eu podia gritar por 18 segundos sem parar, mas quando estamos no ambiente do show é realmente difícil fazer isso, a adrenalina pulsa, seu coração pulsa. Para fazer esse grito eu tenho que literalmente ser como um nódulo no palco. É praticamente 18 segundos, mas na metade eu respiro um pouco e divido em dois gritos de 9 segundos.

Chris Cornell os apoiou na Austrália ano passado. Vocês devem ter sido privilegiados de encontrar a melhor época de fãs do Soundgarden.
Chester: Sim, isso é estranho. Há certas bandas que não ficam enquanto nós estamos, e nós nos sentimos, bem, esse é o nosso lugar. Mas quando Chris Cornell está abrindo para você, isso dá a sensação de desrespeito em um certo ponto (risos).
Rob: Nós gostamos de dizer que estamos “dividindo” o palco. Só acontece que ele está tocando antes de nós.

Não sejam modestos. Quando o Minutes To Midnight foi lançado todos usaram a frase “a maior banda do mundo” para descrever o Linkin Park.
Chester: Aparentemente não estamos indo tão mal. Continuamos crescendo. Nossos shows continuam crescendo. Nós ganhamos o respeito de muitas bandas que não estavam interessadas em nós no início.

Nos primeiros dias, outros artistas os desrespeitaram diretamente?
Chester: Ah, com certeza. Pessoas que não gostam da nossa banda, aparentemente porque eles não podem gostar de nós como qualquer pessoa, então eles são idiotas para nós, mais do que aqueles que falam mal de nós em todos os lugares na imprensa. Então quando nos encontramos ‘está tudo em momentos felizes com sorrisos e apertos de mão’. Isso é confuso para mim. É como “eu pensei que me odiassem, porque querem estar comigo agora?”.
Geralmente isso muda depois que eles nos vêem tocar. Como, se estávamos presos em uma lista com uma banda que realmente não gostava de nós e tinham falado sobre isso, então nós tocamos com eles – nós temos algumas desculpas (risos).

Vocês escolheram o My Chemical Romance para tocar em sua tour Projekt Revolution ano passado na América do Norte. Vocês vêem muitos dos seus jovens fãs em uma banda como o My Chemical Romance e o estágio em que eles estão agora?
Chester: Com certeza. Eu vejo muitas semelhanças na base da fãs deles e como eles lidam com seus fãs. E como outras bandas os viam quando seu primeiro disco foi lançado e agora como todos vêem e dizem “Eu não percebi que eles eram bons”. Isso é como “Bem, ok, mas, sim, eles são realmente bons”.
Estou confiante que, desde que eles continuem fazendo boas músicas – e eu estou otimista de que eles continuarão – eles irão chegar em uma fase que dirão “Ah, não estamos indo fazer a turnê do Linkin Park, estamos indo fazer nossa própria turnê de verão” e nós estaremos competindo com eles (risos). E isso será divertido porque eu gosto de ver o sucesso das bandas, principalmente quando eles são caras legais.

O Linkin Park ainda tem algo para provar?
Chester: Acho que sim. Toda banda, uma vez que se torna complacente como “Ahh agora nós podemos fazer o que quisermos” é quando as coisas ruins começam a acontecer. É importante ter uma certa tensão. Quando você está pescando, você não quer jogar a linha e em seguida puxar e ficar sentado lá – vocês precisa ter algum tipo de tensão se vai conseguir pegar o que você quer.
Também, do ponto de vista dos fãs, isso é como “ou eles fazem um ótimo álbum ou eu ficarei muito desapontado”. Isso é bom, uma batalha saudável que acontece. Em todos os álbuns nós perdemos e ganhamos fãs. Eu me lembro quando lançamos “Somewhere I Belong” como o primeiro single do Meteora todos ficaram como “o que aconteceu com a banda que eu amo?”. E essa é uma das maiores músicas que nós já lançamos.
Agora parece que se nós não tocarmos essa música, todos ficarão desapontados (risos).

A indústria fonográfica está em queda, as vendas de discos caíram. Porque o Linkin Park continua vendendo discos?
Chester: Eu não sei. Kanye West está vendendo alguns discos, 50 Cent está vendendo alguns discos, Reba McEntire está vendendo alguns discos… e parece que Tim McGraw está vendendo discos. Há uma grande quantidade de discos sendo vendidos. Eu acho que não estão incluindo as vendas digitais na grande cena. Se você adicionar as vendas digitais como vendas de discos e singles, eu acho que as pessoas anunciarão que o grande segredo é que as pessoas estão gastando mais com música agora do que jamais tenham feito… isto não está indo só para as gravadoras… está indo para o iTunes (risos). Está indo para o Steve Jobs.

E o próximo álbum do Linkin Park?
Chester: Não vai demorar tanto tempo. A menos que nós literalmente não façamos nada durante alguns anos, vamos lançar um rapidamente.
Rob: Sim, este álbum demorou muito tempo porque houve uma série de experimentos, e nós aprendemos muito. Ainda temos algumas grandes idéias que podemos voltar a abordar e lançar um disco muita mais cedo da próxima vez.

*Fonte: LPAssociation