Chester cai numa armadilha em ‘Jogos Mortais 3D’

Confira a tradução da entrevista de Chester Bennington para o Noisecreep sobre sua participação em ‘Jogos Mortais 3D’.

Chester Bennington do Linkin Park cai numa armadilha em ‘Jogos Mortais 3D’

O filme está sendo anunciado como “o ato final de uma lenda”. E não, não é um filme perdido de Tony Curtis. É ‘Jogos Mortais 3D’, o sétimo e último filme da franquia ‘Jogos Mortais’. E o sinistro Jigsaw vai sair de cena com um estrondo, não um chiado. Além de ser filmado em 3D, o filme será o primeiro (e último) da série a ter a participação de um rock star multi-platina nas garras da morte.

O vocalista do Linkin Park Chester Bennington interpreta um malfeitor abominável no filme, e o cantor não poderia estar mais satisfeito. O Noisecreep falou recentemente com Bennington sobre seu amor por ‘Jogos Mortais’, como estar em uma armadilha de Jigsaw é como filmar um clipe do Linkin Park, experiências bizarras fora do set e suas aspirações de atuar mais no futuro.

Como você conseguiu um papel em ‘Jogos Mortais 3D’?

É um exemplo perfeito da frase ‘não é o que você sabe, mas quem você conhece’. O produtor, Mark Berg, fez todos os filmes de ‘Jogos Mortais’, e ele se mudou para o lado da casa de um dos caras da banda. Eles acabaram tendo uma conversa simpática de vizinhos, e ‘Jogos Mortais V’ tinha acabado de sair. Eu sou um grande fã de ‘Jogos Mortais’. Vi todos os filmes. O primeiro é um dos filmes mais brilhantes de todos os tempos. Então sempre que sai um novo ‘Jogos Mortais’, eu vou na estreia.
Então, o filme tinha acabado de ser lançado e eu estava super animado com ele. E meu colega da banda contou pra ele que eu era um grande fã, e Mark disse, “Bem, ele estaria interessado em participar de um dos filmes?” Eu agarrei a oportunidade. E quando chegou a época de fazer esse filme, não poderia ter sido num momento melhor.

Quem você interpreta no filme?
Meu personagem se chama Evan, que é um membro de uma gangue de skinheads. Se você ligar os pontos, pode muito bem entender que há um tipo de lição moral que eu preciso aprender, e Jigsaw achou necessário que fosse ele quem me ensinasse. Infelizmente, eu acabo em uma das armadilhas dele.

Você pode descrever a armadilha e você escapa dela?

Não posso confirmar nem negar o que acontece comigo na armadilha… Me sinto como um político agora. E eu preciso ser evasivo. Realmente não posso descrever a situação.

Foi divertido filmar a cena ou foi horrivelmente desconfortável?

Foi muito legal. Vou lhe contar o que posso. Uma das coisas legais da armadilha em que estou é que ela é de um tipo mais complicado do que as que o Jigsaw usa normalmente. Tipicamente, há uma pessoa nesse tipo de armadilha. Nessa, sou eu e outros três membros da minha gangue. É bem extensa e complicada. Minha maquiagem levava de sete a oito horas por dia para fazer e tirar. Foi legal e eu me diverti bastante. Os outros personagens eram muito legais e com os pés no chão. E eu não tinha ideia que a Gabby [West] era a vencedora do ‘Scream Queens’ [Rainhas do Grito, reality show do VH1]. Mas não foi tão diferente de filmar um clipe. Me coloquem nas posições mais desconfortáveis por 12 a 15 horas por dia e o vídeo está pronto. É basicamente a mesma coisa. Eu quase pensei que Joe Hahn estava dirigindo o filme.

Houve alguma complicação ou partes que tiveram que ser filmadas várias e várias vezes?

Não, na verdade tivemos que refazer filmagens de ângulos diferentes. Quando era critico e eles tinham uma tomada para fazer funcionar, tudo acabava saindo sem problemas. Mas a parte mais difícil para a maioria de nós foi torcer para que a Gabby não fosse realmente esmagada pelo carro. É tudo o que eu posso dizer.

Algum momento surreal?

Um momento muito, muito legal pra mim aconteceu quando eu cheguei no set e eles estavam filmando outra cena com alguns dos personagens. E lá estava o boneco do Jigsaw, e ele estava no triciclo com uns sapatos brilhantes e de terno. E eu pensei, “Essa é a coisa mais legal que eu já vi.” Eu quase senti que não queria perturbar o Sr. Boneco Jigsaw, porque todos sabemos como ele pode ser. Mas foi muito legal. Eu tirei uma foto com o boneco no triciclo, o que foi um momento muito incrível pra mim. Mas ainda assim foi meio estranho, porque eu perguntei se podia tirar uma foto como se ele fosse uma pessoa de verdade e se não seria inconveniente para o boneco.

Você tem muito tempo em cena no filme?

Foi uma cena bem complicada. Não era um desses pedaços de 20 segundos que vão e voltam. São uns cinco minutos nessa cena, o que é bem sólido. Eu não disse muito mais do que “f****” e “não” e “ahhhh”. Mas eu forcei mais algumas palavras…

Você estava terminando o álbum do Linkin Park ‘A Thousand Suns’ no mesmo período em que filmava ‘Jogos Mortais 3D’. Como você encontrou tempo?

Eu tive uma janela de quatro dias em novembro e pude filmar. Então fizemos minha parte em quatro dias inteiros. Eu ficava em média sete horas na maquiagem, e filmávamos por mais ou menos dez horas.

Houve algum desafio especial de filmar em 3D?

Não, eles simplesmente tinham câmeras em 3D. Quando assistimos a cena em 3D, houve um momento em que minha esposa teve ânsias como se fosse vomitar de verdade. Então eu achei que se foi essa a reação, devemos ter feito um bom trabalho.
Houve algum combinado prévio que eles tinham que usar uma música do seu projeto paralelo Dead by Sunrise na trilha sonora para que você estivesse no filme?

[risos] Não, decidimos isso semana passada. Eles disseram, “Adoraríamos colocar essa música no filme. O que você acha?” E eu disse, “Claro, vão em frente. Somos todos amigos.”

Você já se interessou por algum outro papel? Pegou a febre da atuação?

Sabe, eu adoraria atuar o máximo que puder. Não sei se sou bom nisso. Eu acho que esse será o teste. Mas eu sinto que é algo pelo qual eu sempre fui apaixonado. Na verdade eu era muito envolvido com teatro antes de ficar fascinado por ser cantor. E foi o que eu realmente pensei que faria profissionalmente. Tirando até a música, eu achei que teatro seria algo que eu levaria para a minha vida. Adoro atuar. Parece algo que eu faço como uma segunda natureza mesmo. Eu meio que finjo ser um monte de coisas quando estou no palco.

Qual a coisa mais próxima de um filme de terror que aconteceu no Linkin Park?

Eu estava em um avião uma vez, oito anos atrás, e ele perdeu toda a energia a 35 mil pés. Foi uma droga. E eu não estaria naquele avião se não fosse pelo Linkin Park. Quando o avião literalmente desligou, tudo ficou quieto, e todos no avião respiraram fundo e ficaram muito calmos e mortalmente calados.

Era um silêncio que dava pra ouvir. Dava pra ouvir todo mundo pensando, “Eu espero que essa coisa ligue de novo.” E devemos ter caído uns 5 mil pés, e então ouvimos os motores ligando e todas as luzes acenderam e o capitão disse no alto-falante, “Acabamos de passar por uma falha elétrica, mas os motores estão ligados e funcionando outra vez e vamos seguir caminho.” E eu pensei, “OK, acho que vamos sobreviver.”