Oli Sykes sobre Chester: “Ele foi um cantor icônico e único”

Na edição 1695 da Kerrang!, que celebra a vida de Chester Bennington, há entrevistas com vários músicos que compartilham histórias sobre ele. Abaixo você confere o que Oliver Sykes, do Bring Me The Horizon, contou:

“A primeira vez que encontrei com Chester foi em 2014 nos Estados Unidos. Era uma sessão de fotos para a capa da Kerrang! e eu estava muito nervoso por isso. Eu estava animado também, mas eu não sabia como agir com ele. No fim, ele foi muito legal comigo.

Nós perguntamos um ao outro sobre várias coisas. Eu estava na Warped Tour com a minha banda naquela época e ele me perguntou como eu fazia aquilo, fazendo shows todos os dias de seis a oito semanas sem perder a minha voz. Eu contei pra ele que o Linkin Park foi a primeira banda que eu vi ao vivo e a razão que eu queria estar em uma. Ele parecia realmente surpreso com isso quando eu disse o quanto ele me influenciou. Deu pra ver que ele estava grato por aquilo e foi muito humilde. Ele foi muito legal, genuíno e calmo. Como em muitas coisas na minha vida, se eu pudesse voltar ao passado e dizer ao meu eu com 14 anos de idade que aquilo iria acontecer, eu não acreditaria.

Eu me lembro de uma edição da Kerrang! daquela época onde um olho meu e um pouco da minha cabeça apareceu no fundo de uma foto do show do Linkin Park que eu fui. Quando eu cheguei em casa e me vi na revista, eu chorei muito pois achei aquilo sensacional. Se alguém tivesse chegado em mim e dito, ‘Um dia você estará na capa da Kerrang! com Chester’, eu ficaria em choque. É um daqueles momentos que faz você parar e olhar pra tudo o que você fez no passado e agradecer por tudo o que você conseguiu.

Acho que eu tinha uns 13 anos quando ouvi Linkin Park pela primeira vez e, para ser honesto, a música não fazia tanto parte da minha vida naquela época. Então eu vi um vídeo do Linkin Park na Kerrang! TV e me fez pensar, ‘Caralho, isso é muito legal!’ Eu senti como se a música estivesse falando comigo, as letras realmente ressonaram, e eles foram a banda que realmente me colocou no cenário. A partir daí eu conheci o hardcore e o metalcore, mas eu sempre acompanhava seus novos álbuns.

A voz de Chester foi uma grande inspiração também. Ele era alguém pra quem eu olhava. Ele era a minha referência maior, pois eu não acho que qualquer pessoa soe como ele. Ele foi um cantor icônico e único. Acho que nunca ninguém soou como ele antes e e eu não acho que haverá alguém fará isso. Aquela mistura de melodia, sentimento e agressividade é algo que eu queria trazer pra mim.

Quando eu ouvi a notícia de que ele tinha morrido, eu estava em Los Angeles e não muito longe de onde aconteceu. No primeiro momento eu não acreditei, para ser honesto. Quando eu percebi que era verdade, eu me senti estranho. Eu sei que nós perdemos vários grandes artistas nos últimos anos, mas nenhum deles teve o mesmo impacto e a mesma influência na minha vida como ele. Ele como vocalista e sua banda são genuinamente os responsáveis pelo caminho que eu escolhi para a minha vida. Perder alguém que você na verdade não conhece – obviamente eu o conheci, mas eu não poderia chamá-lo de amigo – é um sentimento muito estranho. Eu sinto falta da sua presença, mesmo sabendo que eu não o conhecia de verdade. Eu acho importante que você possa lamentar e avaliar o que você e todos nós perdemos.”

Fotógrafo e Produtor de Vídeo