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Recuperado, Mike Shinoda detalha a carreira solo e fala sobre seu primeiro álbum “Post Traumatic”

Portal ROCKline:

Pouco menos de um ano após a trágica morte de seu amigo e parceiro musical Chester Bennington, Mike Shinoda parece ter reunido todas as forças para recomeçar. Um dos rostos mais reconhecíveis do Linkin Park está prestes a dar o pontapé inicial em sua nova fase artística, sem seus colegas de banda por trás. Após o lançamento do EP “Post Traumatic” em janeiro deste ano, Shinoda se prepara para lançar seu primeiro álbum solo, de mesmo nome, no dia 15 deste mês. Além disso, ele também está de malas prontas para cair na estrada com uma série de shows, que promete animar o verão dos Estados Unidos. Em um bate-papo super descontraído pelo telefone, Mike contou ao ROCKline alguns detalhes acerca do lançamento de “Post Traumatic”, falou com muito carinho dos fãs brasileiros e é claro relembrou um pouco os dias e os amigos do Linkin Park. Confira!

Oi Mike, é um prazer conversar com você. Vamos começar falando sobre “Post Traumatic”, seu primeiro álbum solo. Ele será lançado muito em breve, como você descreveria este primeiro passo deste novo caminho que está à sua frente?

O prazer é meu! Então, eu não sei aonde vou chegar, sabe? É um momento muito interessante para mim e o álbum em si foi de certa forma terapêutico, pude explorar tudo que estava acontecendo comigo. Eu o vejo como o início de uma jornada que eu não sei onde vai dar, mas estou muito animado em estar nela!

Falando em “jornada”, você chegou a falar que este trabalho é como “um caminho de saída da tristeza e da escuridão”… Como a tragédia do ano passado influenciou no seu processo de composição, artisticamente?

Os componentes musicais foram bem naturais. Tudo chegou muito naturalmente, os sons e tal. Trabalhei com o que chegou naturalmente e que de certa maneira serviu de suporte para as músicas. Já em relação a abordagem do álbum, já que este é um tema tão pessoal para mim, eu senti que ele tinha que ser um disco solo. Basicamente, eu fiz a grande maioria do trabalho de composição, gravação e performance sozinho.

Diante disto, o processo de criação de “Post Traumatic” foi bem diferente de seus trabalhos anteriores, certo? Já que você não teve seus colegas de banda junto com você, colaborando…

Bem, sim e não. Eu sempre fui como um “capitão do navio” no processo criativo de álbuns do Linkin Park. Explico desta maneira: Normalmente, eu criava as demos com letras e vocais, cantava as minhas partes e as do Chester, fazia a bateria, guitarra, baixo e tudo mais e apresentava para os caras e se eles gostassem aí sim a gente se aprofundava mais na música, mudava e substituía algumas coisas… Mas ainda estou com eles o tempo todo. Recebi o Dave [Farrell] para gravar comigo, em outro dia o Rob [Bourdon] e sempre troco muito com eles, avalio o que eles estão fazendo, então é muito colaborativo! Ao mesmo tempo, quando trabalhamos com o Rick Rubin no passado, ele me chamava de “produtor insider”. Na época, eu nem entendia muito bem o que estava fazendo e ele dizia ‘você é produtor e também faz parte da banda.’ Eu nem sabia que isto era incomum e uma vez que ele me explicou o que eu fazia, tomei aquilo como meu papel, minha responsabilidade.

Bem, você escolheu as faixas “Crossing a Line” e “Nothing Makes Sense Anymore” como um “primeiro vislumbre” dentro da narrativa do álbum “Post Traumatic”. Por que escolheu estas músicas? Você acredita que elas servem como uma “representação” de todo o disco?

Bem, na trajetória de tudo que antecedeu o álbum, lancei um total de sete músicas. Então, no início do ano, em janeiro, lancei 3 faixas: “Place To Start”, “Over Again” e “Watching As I Fall” (EP). Estas são as três primeiras músicas do álbum. Depois lancei “Crossing a Line”, “Nothing Makes Sense Anymore”, “About You” e “Running From My Shadow”. Então, as razões por trás de todos estes lançamentos são: 1 – há muitas músicas no álbum e quero que todos tenham uma boa noção de cada uma delas até do disco inteiro chegar. 2 – o disco começa em um “lugar” bem obscuro, mas também se afasta dele e queria que as pessoas tivessem uma versão mais curta desta jornada através destes singles pré-lançamento.

Falando desses singles, no clipe de “Crossing a Line” você recebeu alguns fãs do Linkin Park em cena. Quem teve a ideia de convidá-los e como você os escolheu para o vídeo?

O vídeo de “Crossing a Line” nasceu de uma ideia espontânea. Gravei uns vídeos no meu telefone na Sunset Boulevard, onde o Linkin Park começou. Fizemos nosso primeiro show lá e eu tive vontade de me conectar novamente com este “começo” antes de iniciar algo totalmente novo. Conheci o cara que gravou e editou o vídeo, que foi sugerido por um amigo meu, e basicamente 24 horas depois fomos para a Sunset sem ele saber que eu tinha tuítado para os fãs! Eu disse ‘hey, #1 estou gravando um vídeo para uma música nova. #2 tenho um novo álbum a ser lançado. #3 me encontre na Sunset Boulevard, no estacionamento da antiga loja de discos Tower Records’. Todas aquelas informações eram novas, eles não sabiam de nada sobre música ou álbum novo, então na hora que cheguei lá, já tinham fãs! Tinham fãs com uniforme de trabalho, com crachá, que nem tiveram tempo de ir pra casa se trocar!

Seus fãs são muito leais, especialmente os brasileiros! Há cerca de um ano, o Linkin Park se apresentou no Maximus Festival, em São Paulo, para um público incrível. Sei que você já faz isso há muito tempo, mas ainda se sente surpreso em ver fãs de um país de língua portuguesa que cantam todas as músicas com você e com tanta paixão? Como é esta relação com os fãs?

Eu não sei exatamente em cima de que esta relação é construída, só sei que nossos fãs da América do Sul e especialmente do Brasil são muito entusiasmados e sempre foram muito solidários e carinhosos com a banda. Tudo que posso dizer é que sou muito grato por eles. Eles foram um grupo de apoio maravilhoso para mim e para os caras no último ano.

Sei que você está prestes a começar sua turnê de verão solo, o que está planejando para estes shows? Como acha que será essa nova experiência de estar sozinho no palco?

Os primeiros shows que farei será como “one man show”. Farei tudo sozinho. Estou super animado! Já fiz shows assim antes, na época do Fort Minor, e é algo muito desafiador, sabe? Há muito mais pressão e tenho que segurar muito mais toda a energia emocional do show. Mas acho que é apropriado, é a maneira correta de começar as coisas. Estou animado de poder levar esta experiência para os fãs. Não somente as coisas mais ‘dark’ do início do álbum, e tudo que aconteceu no último ano, mas sim a jornada que tivemos.

Como mencionei antes, os fãs brasileiros são super dedicados e estão tentando trazê-lo ao país novamente o mais rápido possível. Existe alguma chance de você nos visitar neste ou no próximo ano?

Eu adoraria! Neste momento, ainda não tenho planos concretos. Sei que os fãs brasileiros são muito dedicados e mal posso esperar para estar por aí o mais rápido possível!

Fotógrafo e Produtor de Vídeo