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Mike Shinoda detalha a jornada emotiva de seguir solo após a morte de Chester

Erin Biglow, do site Access, conversou com Mike Shinoda sobre todo o caminho percorrido desde o lançamento do álbum “Post Traumatic“, até os dias atuais. Confira a tradução abaixo.

Seguindo seu próprio caminho, Mike Shinoda está se preparando a parte final da sua turnê do “Post Traumatic,” o álbum solo que ele lançou no ano passado após a morte de seu amigo e companheiro de banda Chester Bennington em julho de 2017.

Mike falou com a Access, na inauguração da Mastercard Sensory Lab no Fred Segal Sunset em Los Angeles, na noite da última quinta-feira, sobre o agito emocional que ele enfrentou enquanto montava o projeto, e o motivo de ter sido uma experiência tão poderosa para compartilhar com os fãs que passaram pelo luto junto com ele.

“Depois que Chester faleceu, eu me encontrei colocando os meus pensamentos em músicas, por que é o tipo de coisas que eu sempre faço quando passo por experiências – eu costumo fazer isso na música ou nas pinturas,” ele conta, sobre o processo inicial do “Post Traumatic.” “É uma ótima maneira de colocar pra fora os pensamentos e emoções.”

Mike passou a compartilhar isso, embora nem sempre busque esforços artísticos com uma audiência em mente, ele logo entendeu que ele estava criando algo que não era apenas catártico para ele.

“Depois que eu fiz algumas dessas músicas, eu as estava fazendo bem rápido e percebi que não apenas elas responderiam a muitas das perguntas que as pessoas tinham – do tipo, ‘Como você está se sentindo?’ – mas também pensei que lançar essas músicas poderiam ajudar outras pessoas que estão passando por algo parecido”, explicou ele.

Mike lembrou que demorou cerca de nove meses para o álbum ficar pronto, e que parecia certo colocar sua marca da maneira mais direta possível.

Shinoda já havia lançado trabalhos solo através do seu projeto paralelo Fort Minor, mas a decisão de usar seu próprio nome para o “Post Traumatic” – uma primeira vez para Mike – simplesmente fez mais sentido, considerando seu conteúdo e sua história.

“É um disco muito pessoal, e eu achei o mais pessoal… a maneira de indicar como é pessoal seria apenas colocar meu nome nele”, disse ele à Access.

Muitas das músicas evocam um sentido de fluxo de consciência semelhante a anotações de um diário, e ouvir não é diferente de folhear um antigo diário. Mike contou como a sua percepção da música evoluiu desde o momento em que ele compôs até agora, e o que ele aprendeu sobre seu progresso quanto mais tempo se passa desde a perda de Chester.

“Mesmo quando eu estava terminando o álbum, eu voltava e ouvia as primeiras músicas e quase fiquei chocado com o quão longe eu cheguei ou o quão diferente eu me senti”, disse Mike. “Agora, ouvindo de volta é como: ‘Quem é essa pessoa, dizendo essas coisas?’ É muito distante”.

No mês que vem, o artista embarcará para a Europa para uma última rodada de shows ao vivo para o “Post Traumatic”, uma viagem que ele disse ser o “fim do ciclo” deste projeto.

Embora ele esteja fechando um novo capítulo crucial em sua carreira, Mike está confiante de que ele estabeleceu uma base sólida.

“Eu sinto que ele realmente serviu ao seu propósito”, disse ele sobre álbum.

Aqueles que tiveram a sorte de assistir a uma apresentação ao vivo da turnê “Post Traumatic” provavelmente concordariam. Mike traduziu a estrutura do álbum do momento para os shows ao vivo, muitas vezes mudando o repertório e improvisando na hora depois de medir a energia no local.

“Há uma grande variedade de emoções, você pode imaginar”, disse Mike sobre a platéia, com quem ele costumava se envolver no palco. “Algumas pessoas estão lá para se divertir e cantar suas músicas favoritas, algumas pessoas estão lá porque sentem falta de Chester e precisam de algo para se sentir mais perto dele ou precisam sentir algum tipo de desfecho. Outras pessoas estão se relacionando com a música por causa de suas próprias experiências pessoais.”

Mike se lembrou de um público “inesquecível” em Xangai, que permaneceu 45 minutos após o final do show para simplesmente se compadecer e continuar cantando as músicas. Outro público no Japão foi visivelmente superada desde o início, com as “primeiras 20 pessoas na fila chorando muito”.

“Aquele show eu levei bom tempo para ser gentil com eles e tocar algumas dessas músicas que eu sabia que eles vieram ver”, Mike explicou, relembrando singles de sucessos do Linkin Park como “Numb” e “Heavy”, além de sua versão habitual de “In The End”.

“É sobre essa comunidade de pessoas que foram reunidas em torno da música. É uma parte da vida deles. Eles viveram com isso e a conexão um com o outro por causa disso é maior do que qualquer um de nós”, disse Mike, acrescentando que o tom progressivamente “esperançoso” de “Post Traumatic” é algo que ele espera que os ouvintes possam se relacionar enquanto navegam no seu próprio trauma ou turbulência pessoal.

Estar atento à mensagem e ao alcance de seu trabalho é algo que Mike adotou em um novo nível com “Post Traumatic”, dizendo a Access que o sentimento “libertador” de autonomia completa era algo que ele nunca havia experimentado antes como parte de uma banda de mais de 20 anos.

Quanto ao que vem pela frente, Mike brincou que qualquer música que virá é “provavelmente um segredo” até que ele esteja pronto para compartilhá-la, mas o impacto duradouro de “Post Traumatic” também fala de suas atividades criativas no futuro.

“Em um nível humano, esta é apenas a minha história, é quem eu sou. É um capítulo nessa coisa e pretendo que a história continue. Então, eu não sei onde isso me leva e estou em um ponto no momento em que não quero nem mesmo fazer planos a longo prazo. Estou gostando de fazer planos de curto prazo,” ele sorriu.

“Eu amo a ideia de que é uma jornada, não um destino.”

Fotógrafo e Produtor de Vídeo