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Mike Shinoda fala sobre fazer um novo álbum na Twitch e a vida após a quarentena

Apesar de estar em quarentena pelos últimos quase cinco meses, Mike Shinoda não apenas encontrou uma maneira de se manter ocupado, mas também de ser produtivo. O vocalista do Linkin Park/Fort Minor tem aproveitado seu tempo para ficar com seus filhos, curtindo novas músicas do Run The Jewels, Thundercat, falar abobrinha e, é claro, fazer novas músicas.

Mas o que chamou mais a atenção ultimamente são as streams de Mike na Twitch. Nessas sessões, Mike, com a contribuição de seus fãs, conseguiu criar novas músicas e, às vezes, até soltar umas bombas (como aquela do LP ter material não lançado com Chester). Da forma como as streams ocorreram, quatro dias foram dedicados para fazer novas músicas, enquanto um foi gasto trabalhando em artes visuais. E assim, um álbum nasceu.

Shinoda irá lançar o dito álbum, intitulado “Dropped Frames, Vol. 1”, nessa sexta-feira (10 de julho). A SPIN contatou Mike via e-mail, e ele explicou como a Twitch se tornou parte de sua rotina, deu dicas para pais permanecerem sãos na quarentena e se algum de seus outros projetos vão ter músicas novas em algum momento próximo.

SPIN: Como a Twitch se tornou parte da sua vida diária? Você fazia algo por lá antes do isolamento?

MS: Eu caí de paraquedas lá. Eu fiz stream de algumas sessões de estúdio em outras plataformas, e os fãs disseram que a Twitch tinha a melhor qualidade. Não tem muita gente fazendo música na Twitch agora, a maioria das pessoas usam para performar, não para criar. Eu sempre achei que houvesse um modo de usar a stream que outros músicos não usassem – ou não pudessem. Agora que construí uma comunidade lá, posso dizer que há algo especial em sua cultura, pelo menos no meu canal. É um ambiente mais positivo do que outras mídias sociais que estou.

SPIN: Como tem sido sua rotina diária em quarentena?

MS: Engraçado você perguntar isso porque uma das coisas que me atraiu para o streaming foi a rotina envolvida nisso. Eu acordo por volta das 7h30, tomo café da manhã com meus filhos lá pelas 8h, me preparo para a stream lá pelas 9h, começo às 10h, e termino umas 13h. Depois disso, é bem livre. Mas gosto de ter uma rotina mais fechadinha no começo do dia.

SPIN: Como você chegou no Animal Crossing?

MS: Sendo sincero, eu nem me considero um streamer de Animal Crossing. Eu posso até streamar AC uma vez a cada duas semanas – eu gosto de fazer isso porque é um jogo bem leve e calmo, e consigo ler o chat e falar com os fãs ao mesmo tempo que jogo.

SPIN: Jogar te ajudou na função de pai na quarentena?

MS: Além de ter uma rotina, eu acho que ajuda a criar um tipo de estrutura na sua vida. Você define expectativas, objetivos. Define horário para relaxar e se soltar. Comer juntos. E uma das coisas mais importantes que fazemos em casa é um lembrete diário de agradecimento. Como parte da nossa rotina antes de dormir, eu pergunto aos meus filhos, todos os dias, “pelo que você é grato?” Meu filho teve um dia meio merda semana passada, e foi difícil para ele responder a essa pergunta – mas são nesses momentos que uma reflexão sobre gratidão é ainda mais importante.

SPIN: Além do óbvio, como o processo colaborativo mudou para você nesse álbum?

MS: Eu tenho deixado uma corrente de acaso e curiosidade me guiar nos últimos anos. Isso já era importante para mim antes, agora mais ainda. E isso contribuiu para a interconectividade de criar coisas em tempo real. Por exemplo, no meu canal, eu deixo os fãs enviarem sugestões de estilo de música, eu escolho algumas e faço uma mistura entre eles. Com frequência, eles mandam coisas que eu não conheço nada ou coisas que não gosto. Na stream, eu misturei Kpop, metal melódico, horrorcore rap, música de vídeo game, country, e “uma música no estilo do Mew, do Pokemon”. Manter a mente aberta em relação a esses estilos e encontrar uma forma de fazê-los soar legal aos meus ouvidos é um desafio, mas é quase sempre divertido. E eu aprendo muito.

SPIN: Você acha que isso é tipo um quebra-galho que pode se tornar um modo real de fazer as coisas no futuro ou é só algo temporário mesmo?

MS: Eu acho que, se saísse uma vacina amanhã e as coisas voltassem a ser como eram antes, eu continuaria fazendo stream. Eu gosto muito e acho que há uma maneira de isso evoluir em projetos criativos no futuro.

SPIN: Vai ter um volume 2 de Dropped Frames? Como você vê isso acontecer?

MS: Na verdade, eu já estou trabalhando no volume 3! Eu faço tanta música no canal, que tem muito material para sair. Acho que, quando eu me entediar de fazer dessa forma, isso vai me forçar a me adaptar.

SPIN: Você está trabalhando em algum material novo?

MS: Sim. A primeira pergunta é sempre “Linkin Park?”, e a resposta para isso é: não. Eu estou brincando com várias ideias, e quando algo parecer certo para o mundo, ele saberá.

SPIN: E o Fort Minor?

MS: Nunca se sabe! Vamos ver se os ventos vão soprar nessa direção.

Fotógrafo e Produtor de Vídeo